Mundo
Ministro do Petróleo do Irã visita Venezuela para ‘construir rotas’ contra sanções americanas
Em 2020, em meio a uma aguda escassez de gasolina por uma brutal queda de petróleo, Teerã enviou à Venezuela navios carregados de gasolina e derivados para aliviar a crise
O ministro do Petróleo do Irã, Javad Owji, foi recebido nesta segunda-feira (2) pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para falar sobre “cooperação energética” e buscar “rotas para superar” os efeitos das sanções dos Estados Unidos contra ambas as nações.
“Recebi o excelentíssimo Javad Owji, Ministro do Petróleo da irmã República Islâmica do Irã. Um encontro produtivo para aprofundar os laços de irmandade e cooperação em matéria energética”, publicou Maduro no Twitter, sem dar mais detalhes sobre os acordos estabelecidos.
#EnVivo 📹 | Reunión con el excelentísimo Javad Owji, Ministro de Petróleo de la República Islámica de Irán 🇮🇷 . https://t.co/VxQrknOAJ9
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) May 2, 2022
A televisão estatal divulgou imagens do encontro no palácio presidencial de Miraflores.
Mais cedo, Owji foi recebido em Caracas pelo colega venezuelano, Tareck El Aissami, “com o propósito de continuar aprofundando os mecanismos de cooperação bilateral” e “a construção de rotas e mecanismos para superar as medidas coercitivas unilaterais impostas pelo governo dos Estados Unidos e países aliados”, segundo um comunicado do Ministério do Petróleo venezuelano.
O Irã, que tem em Caracas um importante aliado latino-americano, vendeu combustível e outros derivados de petróleo bruto para a Venezuela em meio à crise na oferta de gasolina ocorrida há dois anos, que provocou filas quilométricas em postos de gasolina, especialmente no interior do país.
A AFP tentou entrar em contato com o Ministério do Petróleo local, mas não houve resposta.
Os laços bilaterais se estreitaram com a chegada do falecido líder socialista, Hugo Chávez (presidente entre 1999 e 2013), ao poder e foram reforçados com seu sucessor, Nicolás Maduro, que vê Teerã como um de seus principais aliados ao lado de China e Rússia.
As relações se estreitaram ainda mais após as sanções que os Estados Unidos impuseram às exportações de petróleo da Venezuela e do Irã – ambos importantes produtores -, assim como a muitos funcionários e militares dos dois países.
Em 2020, em meio a uma aguda escassez de gasolina por uma brutal queda de petróleo, Teerã enviou à Venezuela navios carregados de gasolina e derivados para aliviar a crise. No fim daquele ano, em visita a Caracas, o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, garantiu que seu país estaria “ao lado” da Venezuela.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.