Morre aos 92 anos a canadense Alice Munro, prêmio Nobel de literatura

Munro, que também conquistou em 2009 o Man Booker International Prize pelo conjunto da obra, sofreu de demência em seus últimos anos de vida

Foto por PETER MUHLY / AFP

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A escritora Alice Munro, ganhadora do prêmio Nobel de literatura em 2013 e considerada “a Tchekhov do Canadá”, morreu aos 92 anos, anunciou a imprensa nesta terça-feira (14).

Munro, que também conquistou em 2009 o Man Booker International Prize pelo conjunto da obra, sofreu de demência em seus últimos anos de vida. Segundo o jornal Globe and Mail, a escritora morreu na noite de segunda-feira em Ontário.

Munro ambientou suas histórias tensas e de observação aguda na zona rural da Ontário onde cresceu, concentrando-se nas fragilidades da condição humana.

Apesar de seu grande sucesso e de uma impressionante lista de prêmio literários, durante muito tempo viveu da mesma forma simples e modesta de seus personagens de ficção.

“Ela não é uma pessoa da alta sociedade. De fato, raramente é vista em público e não faz turnês de promoção de livros”, comentou o crítico literário americano David Homel, depois que Munro alcançou fama mundial.

Sua discrição contrastava com a de outra gigante canadense da literatura contemporânea, Margaret Atwood.


Nascida em 10 de julho de 1931 em Wingham, Ontário, Munro cresceu no campo. Seu pai, Robert Eric Laidlaw, criava raposas e aves, enquanto sua mãe era professora em uma cidade pequena.

Com apenas 11 anos, decidiu que queria ser escritora, e nunca hesitou em sua escolha profissional. “Penso que talvez fiz sucesso fazendo isto porque não tinha nenhum outro talento”, explicou certa vez em uma entrevista.

O primeiro livro de Munro, “Dimensões de uma Sombra”, foi publicado em 1950, enquanto era estudante na Universidade de Western Ontario.

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