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Netanyahu promete ‘ação poderosa’ em Rafah e eleva a tensão na comunidade internacional

Autoridades alertam para as consequências humanitárias da ofensiva contra a cidade

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: Abir Sultan / POOL / AFP
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta quarta-feira 14 uma “operação poderosa” em Rafah, depois de permitir que os civis desocupassem a área. 

Rafah, na fronteira com o Egito, é a principal porta de entrada de ajuda humanitária e o último refúgio para palestinos no sul de Gaza. A estimativa é que de 1,3 a 1,5 milhões de palestinos estejam abrigados na cidade. 

“Lutaremos até a vitória completa, e isso inclui uma ação poderosa em Rafah, depois de termos permitido que a população civil abandone as zonas de combate”, afirmou Netanyahu em publicação no X.

Enquanto isso, organizações internacionais alertam sobre as consequências humanitárias de um novo ataque israleense.

A Organização Mundial da Saúde para Gaza e Cisjordânia afirmou que a ação pode gerar “uma catástrofe insondável e expandir ainda mais o desastre humanitário para além da imaginação”.

Diante da iminência da ofensiva, o presidente da França, Emmanuel Macron, telefonou nesta quarta para Netanyahu e reforçou que o “custo humano e a situação humanitária” em Gaza são “intoleráveis” e que as operações israelenses deveriam cessar.

O líder francês ainda disse que a operação “constituiria uma violação do direito humanitário internacional” e criaria um “risco adicional de escalada regional”.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, manifestou preocupação com os palestinos abrigados na cidade. 

“Em Rafah, 1,3 milhão de pessoas vivem nas condições mais terríveis em um espaço muito confinado”, explicou Baerbock durante uma visita de dois dias a Israel.

O governo dos Estados Unidos também declarou se opor a uma ofensiva contra Rafah se não houver garantias para a segurança dos civis. Já o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, advertiu que “as operações militares em Rafah poderiam levar a um massacre.”

Negociações pela trégua em Gaza

Na terça-feira 13, as negociações envolvendo Estados Unidos, Egito, Israel e Catar sobre uma trégua em Gaza terminaram sem sinais de avanço. 

O chefe do serviço secreto israelense, David Barnea, mediou as conversas com o diretor da CIA, William Burns, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdelrahman Al-Thani, e autoridades egípcias, informou a emissora AlQahera NewsUma delegação do Hamas deve viajar ao Cairo.

Na Cisjordânia, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina e do partido Fatah, rival do Hamas, instou o movimento islamista a “fechar rapidamente” um acordo que permitiria a libertação de prisioneiros palestinos e evitaria “consequências catastróficas”.

Não há data marcada para uma nova reunião. 

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, desde o início dos ataques israelenses, ao menos 28.576 palestinos foram mortos e 68.291 ficaram feridos em Gaza.  Nas últimas 24 horas, 103 palestinos morreram e 145 foram feridos.

(Com informações da AFP)

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