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Noiva de Khashoggi diz a Biden que ‘sangue’ de vítimas do regime saudita está ’em suas mãos’
Imaginando o que o jornalista diria se estivesse vivo, Hatice Cengiz escreveu a Biden: ‘É esta a forma de prestar contas que você prometeu pelo meu assassinato?’
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que se encontrou com Mohammed bin Salman na Arábia Saudita, tem as mãos manchadas com “o sangue” da próxima vítima do príncipe herdeiro, tuitou nesta sexta-feira 15 a noiva do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado em 2018.
Imaginando o que o jornalista teria tuitado se estivesse vivo, Hatice Cengiz escreveu a Biden: “É esta a forma de prestar contas que você prometeu pelo meu assassinato? Você carrega em suas mãos o sangue da próxima vítima de MBS” – esta é a sigla a identificar o príncipe Mohammed bin Salman.
Jamal Khashoggi, colunista do Washington Post crítico do regime saudita, foi assassinado e esquartejado em 2 de outubro de 2018, no consulado saudita em Istambul, na Turquia, quando compareceu ao local para recolher os documentos necessários para se casar com sua noiva, turca.
Depois do assassinato, Biden prometeu que reduziria a monarquia do Golfo à condição de “pária” e desclassificou um relatório que concluía que o príncipe herdeiro havia “avalizado” o crime.
Contudo, o presidente americano chegou nesta sexta ao palácio real de Jedá, onde cumprimentou Mohammed bin Salman com um choque de punhos, uma forma de saudação bastante difundida desde a pandemia da Covid-19.
“O choque de punhos entre o presidente Biden e Mohammed bin Salman foi pior que um aperto de mãos, foi vergonhoso”, opinou Fred Ryan, editor e diretor-executivo do Washington Post.
O gesto “reflete um nível de intimidade e comodidade que brinda a MBS a redenção injustificada que ele buscava”, acrescentou Ryan em um comunicado.
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