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Número de mortos na guerra em Gaza supera 30.000, afirma o Hamas
O conflito, que transformou Gaza em uma “zona de morte” segundo as Nações Unidas, é de longe o mais violento dos cinco já travados entre Israel e Hamas
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A guerra entre Israel e Hamas deixou mais de 30.000 mortos na Faixa de Gaza, anunciou nesta quinta-feira (29) o grupo islamista Hamas, que controla o território, bombardeado constantemente pelo Exército israelense e ameaçado pela fome.
Embora os países mediadores, Estados Unidos e Catar, demonstrem otimismo com a possibilidade de alcançar uma trégua em uma questão de dias, a violência prossegue no território, onde a ONU e diversas ONGs alertam para uma grave situação humanitária.
“O número de mártires supera 30.000”, afirmou o Ministério da Saúde de Gaza em um comunicado divulgado na manhã de quinta-feira. Segundo o Hamas, 79 pessoas morreram nas últimas 24 horas.
O conflito, que transformou Gaza em uma “zona de morte” segundo as Nações Unidas, é de longe o mais violento dos cinco já travados entre Israel e Hamas, classificado como “grupo terrorista” por Estados Unidos e União Europeia.
A guerra começou em 7 de outubro, quando milicianos do grupo islamista Hamas atacaram o sul de Israel e assassinaram 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses.
Também sequestraram quase 250 pessoas. Em novembro, uma trégua de uma semana permitiu a troca de mais de 100 reféns por quase 240 palestinos detidos em Israel.
As autoridades israelenses calculam que 130 continuam retidas no território palestino, incluindo 31 que o governo acredita que foram mortas.
Em resposta ao ataque sem precedentes do Hamas, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre em Gaza e impôs um cerco ao território, cortando o fornecimento de água, alimentos, remédios e energia elétrica.
Fome
A operação destruiu bairros inteiros da Faixa de Gaza e provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes do território.
A ONU denunciou os obstáculos impostos por Israel para a entrada de ajuda em Gaza.
Os cálculos da organização indicam que 2,2 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome, em particular no norte, onde a destruição, os combates e os saques praticamente impossibilitam a entrada de comboios de ajuda humanitária.
As necessidades humanitárias em Gaza são “ilimitadas”, afirmou a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
“A fome se aproxima. Os hospitais foram transformados em campos de batalha. Um milhão de crianças enfrentam traumas diários”, destacou a agência.
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, sete crianças morreram por “desidratação e desnutrição” no hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza, e outras sete no hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa.
A comunidade internacional teme o agravamento da situação com a intenção israelense de expandir a operação terrestre para a cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, no sul da Faixa de Gaza.
A localidade, alvo de bombardeios diários, abriga quase 1,5 milhão de palestinos, a maioria deslocados, e também é o ponto de entrada da escassa ajuda humanitária que chega ao território.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alega que Rafah é o “último reduto” do Hamas e que uma eventual trégua apenas “adiaria” a ofensiva que está determinado a ordenar.
Trégua antes do Ramadã?
Após quase cinco meses de guerra, Estados Unidos e Catar, mediadores no conflito ao lado do Egito, esperam alcançar uma trégua antes do início do Ramadã, entre 10 e 11 de março.
“Minha esperança é que tenhamos um cessar-fogo na próxima segunda-feira”, afirmou o presidente americano, Joe Biden, no início da semana.
Segundo uma fonte próxima ao Hamas, o cessar-fogo teria duração de seis semanas e, a cada dia, um refém seria trocado por 10 palestinos presos em Israel.
Além disso, o grupo islamista quer o aumento da ajuda humanitária para Gaza.
O governo israelense não recebe apenas pressão internacional, mas também doméstica.
Exigindo um acordo que permita a libertação dos reféns, quase 150 manifestantes iniciaram uma marcha de quatro dias na cidade de Reim, no sul de Israel, que terminará em Jerusalém.
“Não haverá vitória se os nossos cidadãos permanecerem sequestrados”, declarou à AFP Niv Cohen, sobrevivente dos ataques de 7 de outubro.
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