Com um paletó verde-oliva e camisa preta, Steve Bannon arrombou a porta de um assunto que a maioria dos outros oradores tinha rodeado cautelosamente. “Mídia, eu quero que vocês se f*dam sobre isso, quero que a Casa Branca se f*da sobre isso: vocês perderam em 2020!”, rugiu. “Donald Trump é o legítimo presidente dos Estados Unidos.” Um arrepio transgressor percorreu a multidão na Conferência de Ação Política Conservadora no National Harbor em Maryland. “Trump venceu”, latiu Bannon, dedo em riste. “Trump venceu”, repetiu, punho fechado. “Trump venceu”, proclamou mais uma vez. Seu público, como que hipnotizado, entoou em uníssono a mentira descarada.
Foi um lembrete áspero de que Bannon, arquiteto do trumpismo comparado a Thomas Cromwell, Rasputin e Joseph Goebbels, ainda é uma força poderosa na política norte-americana na reta final para a eleição presidencial, e a reeleição de Donald Trump parece uma clara possibilidade. O ex-estrategista principal da Casa Branca pode não estar mais em contato diário com Trump, mas isso pouco importa: ele é uma fonte vital para o ecossistema da extrema-direita que molda e anima a base do “Faça a América Grande de Novo” (“Maga”, na sigla em inglês).
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