Xi Jinping presidiu nesta semana um dos grandes espetáculos de teatro político de seu país e selou um triunfo há muito planejado: consolidar seu poder e prolongar seu governo. O Partido Comunista Chinês decidiu entregar formalmente a Jinping por mais cinco anos a chefia do partido e, portanto, a liderança do país, em uma cúpula que também levou os aliados a papéis-chave e aumentou a importância dos escritos sobre poder e governo. O 20º Congresso da legenda o confirmou como o homem mais poderoso da China desde Mao Tsé-tung.
É um precedente desconfortável. Após a morte de Mao, a elite chinesa prometeu nunca mais permitir tal concentração de poder e estabeleceu um sistema oficioso de liderança coletiva, limites de mandato e uma idade de aposentadoria para altos cargos. Facilitou transferências suaves de poder, até Jinping assumir e varrer essas normas. Filho de um vice-primeiro-ministro, um dos descendentes “príncipes vermelhos” da elite comunista, sua infância dourada foi convulsionada pela queda do pai em desgraça, depois pela violenta comoção da Revolução Cultural. Enquanto manobrava em direção ao poder supremo, muitos na China e em outros lugares esperavam que ele tivesse herdado algumas das perspectivas relativamente liberais de seu pai, e que as experiências marcantes de seus primeiros anos o tivessem inoculado contra o totalitarismo.
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