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O primeiro discurso de Milei depois de tomar posse como presidente da Argentina
A cerimônia de posse terminará às 20h30 no Teatro Colón, onde haverá uma função especial para sediar o novo presidente
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O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, tomou posse neste domingo 10, ao lado de sua vice Victoria Villarruel, no Congresso da Nação Argentina.
Pouco antes do meio dia, o presidente recebeu das mãos do agora ex-chefe de Estado Alberto Fernández, a faixa e o bastão presidenciais. Victoria Villarruel também fez seu juramento – ela acumulará o cargo de presidente do Senado.
Em seguida, sob gritos de “liberdade, liberdade”, Milei assinou o termo de posse e se tornou oficialmente presidente da Argentina.
O presidente argentino não fez o discurso, tradicionalmente realizado no Congresso, e só falou na parte de fora para o público presente, segundo ele, uma forma de mostrar que sua preocupação é com o povo e não com a ala política.
“Hoje começa uma nova era na Argentina, hoje termina uma longa era de declínio e começamos a reconstrução do país. Os argentinos expressaram sem rodeios a vontade de mudar que não tem mais retorno. Não há como voltar atrás”, iniciou Milei.
“Nestes dias muito se falou sobre a herança que vamos receber. Que fique claro: nenhum governo recebeu uma situação pior do que estamos recebendo“, prosseguiu o presidente. “O kirchnerismo, que em seu início dizia que tinha superávit fiscal e externo, nos deixa déficits que representam 17% do PIB”, acrescentou.
‘Não há alternativa ao ajuste fiscal’
O presidente argentino afirmou que não há saída ao país, que vive um cenário de alta inflação, do que o ajuste fiscal. A inflação no país chegou a 142,7% nos últimos 12 meses, a pobreza atinge mais de 40% da população, sendo 10% indigentes.
“Não há solução em que o déficit fiscal seja evitado. Dos 15 pontos de déficit, 5 são do Tesouro Nacional. A solução implica um ajuste fiscal no setor fiscal público, que recairá sobre o Estado e não sobre o setor privado”, ressaltou.
“Lamentavelmente, tenho de dizer a vocês que não há dinheiro (…) A conclusão é que não há alternativa ao ajuste e ao choque. Naturalmente, isso impactará de forma negativa sobre o modo de atividade de emprego, no salário real, na quantidade de pobres e indigentes. Terá inflação, mas nada diferente do que vimos nos últimos 12 anos. Esse é o último remédio amargo para começar a reconstrução da Argentina. Haverá luz no final do caminho”, emendou.
Após a primeira mensagem, que durou pouco mais de 30 minutos, Milei continuará com a agenda de atividades da Casa Rosada, onde a saudação na Sala Branca está agendada com os presidentes e ex-presidentes dos diferentes países que participaram da cerimônia.
Por volta das 17h30, a posse de ministros que fará parte do novo gabinete nacional está programada para ser empossada e a cerimônia inter-religiosa ocorrerá na Catedral Metropolitana até 19.
As atividades terminarão às 20h30 no Teatro Colón, onde haverá uma função especial para sediar o novo presidente.
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