O voto do ódio

Os extremistas colonos de Hebron ganham espaço na política israelense com a volta de Netanyahu

Aliança. Para escapar da Justiça e voltar ao poder, Netanyahu abrigou na coalizão os partidos de extrema-direita - Imagem: Tânia Rêgo/ABR e Menahen Kahana/AFP

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Em 1968, um ano após a vitória de Israel na Guerra dos Seis Dias, marco do início da ocupação dos territórios palestinos, cerca de 60 judeus messiânicos que se fingiam de turistas suíços viajaram até um hotel na cidade sagrada de Hebron, na Cisjordânia, onde celebraram um Sêder de Pessach. Mais tarde, o grupo visitou a Caverna dos Patriarcas, conhecida pelos muçulmanos como Mesquita al-Ibrahimi, onde supostamente estão enterrados Abraão e seus parentes. Eles nunca foram embora. A viagem agora é amplamente vista como o nascimento do movimento moderno de colonos, para os quais a restauração da terra histórica de Israel é um chamado religioso que vai acelerar a vinda do Messias.

Hebron é hoje uma notável manifestação do que essa visão significa para a população palestina. Os cerca de 30 mil palestinos que vivem na parte da cidade sob controle israelense não têm permissão sequer para andar em certas ruas, enquanto perto de 800 colonos israelenses, sob a proteção das Forças de Defesa de ­Israel, ocuparam frequentemente casas e empresas palestinas desde a década de 1990.

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