Otan pede que Irã “evite provocações” diante das ameaças dos EUA

Declaração foi dada após a conclusão de uma reunião de embaixadores sobre a crise entre Washington e Teerã, provocada por morte de Soleimani

Secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg Foto: Kenzo TRIBOUILLARD/AFP

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O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu nesta segunda-feira 6 que o Irã evite “mais violência e provocações”. A declaração foi feita após a conclusão de uma reunião de embaixadores sobre a crise entre Washington e Teerã, desencadeada pela morte do general Qasem Soleimani, vítima de um ataque americano no Iraque. “Em nossa reunião, os aliados pediram moderação e distensão. Um novo conflito não beneficiaria ninguém, por isso o Irã deve se abster de mais violência e provocações”, declarou Stoltenberg à imprensa, após a reunião extraordinária com representantes dos 29 países membros da Otan.

Stoltenberg aproveitou a ocasião para ressaltar que o ataque que resultou na morte de Soleimani foi “uma decisão dos Estados Unidos, e não da coalisão (internacional) ou da Otan”. No entanto, “todos os aliados estão preocupados com as atividades desestabilizadoras do Irã na região”, lembrou o chefe da instituição. O chefe da aliança se referia aos ataque iranianos visando uma instalação petrolífera saudita e um drone americano, em resposta à morte do general e às ameaças feitas por Donald Trump visando Teerã.

União Europeia teme por futuro do acordo nuclear

Além da Otan, a União Europeia tem se mostrado apreensiva diante do aumento de tensão na região. Por meio de um comunicado, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pediu “o fim do ciclo de violência”. Os europeus temem que o Irã abandone totalmente o acordo nuclear firmado em 2015 com a comunidade internacional, quanto Teerã se comprometeu a restringir sua atividade atômica ao uso civil.

As autoridades iranianas anunciaram no domingo 5 que iriam reduzir seus compromissos em matéria nuclear, uma decisão que havia sido tomada antes da nova fase de tensões desencadeada pela morte de Soleimani. Mas Teerã avisou que, “dada a situação”, a posição do país sobre o assunto pode mudar.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse nesta segunda-feira que “lamenta profundamente” o anúncio do Irã sobre sua decisão de elevar os limites do enriquecimento de urânio. Os ministros das Relações Exteriores do bloco se reunirão em Bruxelas na sexta-feira (10) para discutir a crise iraniana. “A aplicação completa do acordo nuclear por todos agora é mais importante do que nunca, para a estabilidade regional e a segurança global”, escreveu Borrell no Twitter.


*Com informações da AFP

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