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Pedido da ONU para soltar jornalista chinesa é ‘irresponsável’, diz Pequim

‘Talvez não sobreviva ao inverno’, afirma o irmão da jornalista

Foto: Hector Retamal/AFP
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A China criticou duramente, neste sábado (20), o pedido da ONU pela libertação da jornalista-cidadã chinesa Zhang Zhan, presa por filmar o início da pandemia da covid-19 em Wuhan.

A missão chinesa em Genebra manifestou sua indignação com os comentários “irresponsáveis” e “equivocados” feitos na sexta-feira (19) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) sobre a jornalista.

Ontem, a porta-voz do ACNUDH, Marta Hurtado, disse estar alarmada com relatos, segundo os quais a saúde de Zhang Zhan, de 38 anos, deteriora-se rapidamente. Conforme os relatos, sua greve de fome estaria colocando sua vida seriamente em risco.

“Pedimos às autoridades chinesas que considerem a libertação imediata de Zhang, ainda que seja apenas por razões humanitárias, e ponham à sua disposição ajuda médica de emergência, respeitando sua vontade e sua dignidade”, declarou Hurtado, citada em um comunicado.

Em fevereiro de 2020, esta ex-advogada de Xangai viajou para Wuhan, no centro da China, para relatar a situação, dias depois que uma quarentena foi decretada nesta metrópole de 11 milhões de habitantes.

Suas imagens de pacientes alojados em um corredor de hospital lotado expuseram as condições sanitárias na cidade, atingida pelo coronavírus.

Zhang Zhan foi presa em maio de 2020 e condenada em dezembro a quatro anos de prisão por “provocar disputas e distúrbios”. Esta acusação é comumente usada para reprimir a dissidência.

Agora, sua saúde está gravemente debilitada, e “corre o risco de não viver por muito mais tempo”, alertou seu irmão, Zhang Ju, há algumas semanas no Twitter.

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