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Polônia diz que cumprirá apenas acordos prévios de envio de armas para Ucrânia

Ontem, o governo polonês anunciou o encerramento da ‘parceria militar’ com o país em guerra sob justificativa de ter que equipar seu próprio Exército

Foto: Sergei Supinsky/ AFP Via Getty Images
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A Polônia prometeu, nesta quinta-feira (21), honrar os acordos existentes de fornecimento de armas para a Ucrânia, um dia depois de dizer que deixaria de armar seu vizinho, em meio a uma recente disputa sobre as exportações de grãos.

Varsóvia tem sido um dos apoios mais firmes de Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e é um dos seus principais fornecedores de armas. Ontem, no entanto, o governo polonês disse que deixaria de fornecer armas a Kiev e que se concentraria em equipar seu próprio Exército.

E, nesta quinta, o porta-voz do governo polonês, Piotr Muller, declarou que “a Polônia cumprirá apenas as entregas de munição e armamento previamente acordadas”, conforme declarações publicadas pela agência de notícias PAP.

Além de seus próprios envios, a Polônia também é um país de trânsito fundamental para o armamento que os Estados Unidos e outros aliados ocidentais direcionam para a Ucrânia. Da mesma forma, o país acolhe quase um milhão de refugiados ucranianos, que se beneficiaram de diferentes tipos de ajuda do governo.

As tensões entre Varsóvia e Kiev foram deflagradas pela proibição da Polônia de importar grãos ucranianos para proteger seus próprios agricultores.

O Ministério ucraniano da Agricultura anunciou, nesta quinta, negociações com a Polônia “nos próximos dias” para resolver a disputa sobre as exportações de cereais.

A questão das exportações de grãos é delicada na Polônia, a um mês das eleições parlamentares. O governo populista de direita do partido Lei e Justiça goza de forte apoio nas zonas agrícolas.

“Fomos os primeiros a fazer muito pela Ucrânia, e é por isso que esperamos que entendam nossos interesses”, declarou o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki à televisão privada Polsat News, na quarta-feira.

“É claro que respeitamos todos os seus problemas, mas, para nós, o interesse dos nossos agricultores é o mais importante”, acrescentou.

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