Primavera iraniana

Determinadas a desafiar a polícia moral e o cerco online, mulheres recorrem até a bilhetes em papel para organizar protestos contra o governo

Revolta. Os atos desencadeados pela morte de Mahsa Amini se converteram em ampla campanha antigovernamental - Imagem: Getty Images/AFP

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As mensagens, impressas em pedaços de papel, foram jogadas nas portas das casas, no Irã, durante a noite por manifestantes decididos que uma repressão online não impediria seu movimento. “A República Islâmica está caindo. Junte-se ao povo”, dizia uma nota distribuída na cidade de Rasht, ao norte do país. No sul, em Ahvaz, os organizadores deram um endereço e um horário para o protesto, com um apelo mais amplo à ação. “Se você não puder vir, espalhe a mensagem para outras pessoas”, pedia aos leitores.

Horas depois, um vídeo de Ahvaz mostrou mulheres dançando na rua, com os cabelos descobertos e agitando os lenços no ar, enquanto uma multidão nas calçadas aplaudia. Duas semanas após uma onda de protestos contra o governo em todo o país, as autoridades de Teerã parecem cada vez mais assustadas com a escala e a determinação da revolta popular contra seu governo, e cada vez mais implacáveis em suas tentativas de esmagá-la.

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