Enquanto a luz amainava e dezenas de milhares de manifestantes voltavam do Parlamento, o Knesset, para a estação ferroviária de Jerusalém na semana passada, o clima era de cansaço, mas determinação. O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, recém-reeleito, está habituado a protestos por sua renúncia. Mas o movimento iniciado há dois meses contra os planos de sua coalizão de extrema-direita de reformar o sistema judicial não se parece com os já enfrentados – ou com qualquer outro na história do país.
A “primavera israelense”, como os comentaristas começam a chamá-la, é uma rara demonstração de união em uma sociedade que costuma ser profundamente polarizada. Temendo que as mudanças, a restringir o poder da Suprema Corte, levem Israel por um caminho autoritário semelhante ao da Turquia e da Hungria nos últimos anos, mais de 100 mil habitantes têm ido às ruas nas noites de sábado em cidades de todo o país para expressar sua oposição. Desde a semana passada, protestos também estão ocorrendo diante do Parlamento de Israel, e vários setores realizaram greves.
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