Mundo
Prisão de Putin seria o equivalente a ‘declarar guerra’ à Rússia, alerta Medvedev
A Rússia, que não reconhece o TPI, considera a ordem de prisão contra Putin juridicamente nula
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/03/000_33BR92D.jpg)
A detenção do presidente Vladimir Putin por um país estrangeiro com base no mandado de prisão emitido na semana passada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) seria o equivalente a “declarar guerra” a Moscou, advertiu o ex-presidente russo Dmitri Medvedev.
“Imaginemos a situação (…) O chefe de Estado de uma potência nuclear viaja, digamos, para a Alemanha e é detido. O que é isto? Uma declaração de guerra contra a Rússia”, declarou Medvedev, atual número dois do Conselho de Segurança russo.
Se isto acontecer, “todas as nossas capacidades, como mísseis e outros, serão direcionados contra o Bundestag (Parlamento alemão), o gabinete do chanceler e assim por diante”, acrescentou Medvedev.
O TPI, com sede em Haia, emitiu na semana passada uma ordem de prisão contra Putin, acusado de crimes de guerra pela “deportação” de crianças ucranianas durante a ofensiva de Moscou contra a Ucrânia.
De acordo com Kiev, mais de 16.000 crianças ucranianas teriam sido deportadas para a Rússia desde o início da ofensiva, há pouco mais de um ano, e muitas foram transferidas para instituições e locais de adoção.
O TPI denunciou na quarta-feira as “ameaças” de Moscou, depois que o Judiciário russo anunciou a abertura de uma investigação criminal contra vários juízes e o promotor do tribunal internacional, Karim Khan.
No início da semana, Medvedev ameaçou o TPI com um ataque de mísseis e afirmou que os magistrados deveriam “olhar para o céu com atenção”.
A Rússia, que não reconhece o TPI, considera a ordem de prisão contra Putin juridicamente “nula”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Captura-de-Tela-2023-03-22-às-13.51.37-300x198.png)
Sem paz entre Rússia e Ucrânia, países da Otan promovem corrida armamentista
Por André Lucena![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/03/000_33BR9YP-300x200.jpg)
China e Rússia expressam ‘preocupação’ com a presença crescente da Otan na Ásia
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/10/3-8-300x200.jpg)