Procissão sem-fim

Famílias aterrorizadas fogem de Rafah, enquanto Israel ignora a pressão internacional e prepara ataque total à cidade

Deslocamento forçado. As Forças de Defesa de Israel determinaram a evacuação da cidade, que havia servido de refúgio para civis no início do conflito – Imagem: AFP

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Mais de 100 mil palestinos fugiram de Rafah, cidade no extremo sul de ­Gaza, no sábado 11, após avisos israelenses para que o local fosse evacuado antes de um ataque militar iminente, que abriria uma nova etapa no sangrento conflito iniciado há sete meses. As estradas que partem de Rafah estavam cheias de longas filas de jovens e velhos, doentes e saudáveis, viajando em picapes sobrecarregadas e velhos carros, em carroças a cavalo ou carrinhos puxados à mão. Muitos caminhavam carregando seus pertences sob o sol escaldante de verão. Alguns eram empurrados em cadeiras de rodas, ou mesmo carregados.

A cada dia, mais pessoas fogem de ­Rafah, desde que as Forças de Defesa de Israel ordenaram a evacuação dos bairros do leste, pouco antes de tomarem o cruzamento de fronteira com o Egito, a leste da cidade, na terça-feira 7. Segundo as FDI, foi uma “operação precisa e limitada” para impedir o contrabando pelo Hamas de armas ou dinheiro para Gaza.

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