O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou, nesta sexta-feira 14, uma proposta para encerrar a guerra com a Ucrânia. A principal condição citada é a retirada de militares ucranianos de quatro regiões reivindicadas por Moscou.
Putin também citou a necessidade da Ucrânia desistir da adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para poder avançar na interrupção da guerra.
“Assim que Kiev começar a retirada efetiva das tropas [das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia], e assim que notificar que abandona os planos de adesão à Otan, daremos imediatamente, no mesmo minuto, a ordem de cessar-fogo e iniciaremos as negociações”, disse Putin em uma conversa com funcionários de alto escalão do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Nos últimos dias, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, tem transitado por países europeus em busca de apoio para seguir com a guerra. Ao mesmo tempo, a Ucrânia deve promover, neste final de semana, uma conferência de paz, sem a presença de representantes da Rússia. Putin criticou o formato do evento.
“A este respeito, quero sublinhar que sem a participação da Rússia e sem um diálogo honesto e responsável conosco, é impossível alcançar uma solução pacífica na Ucrânia e para a segurança da Europa em geral”, afirmou o presidente russo.
Resposta ucraniana
Pouco depois que Putin anunciou sua proposta, a Ucrânia sinalizou discordância com os termos.
Segundo anotou Kiev, as reivindicações do presidente da Rússia são “ofensivas ao bom senso”. A avaliação foi feita por um conselheiro de Zelensky via redes sociais.
“É tudo uma farsa completa. Portanto, mais uma vez, esqueçam as ilusões e parem de levar a sério as ‘propostas da Rússia’, que são ofensivas ao bom senso”, escreveu Mykhailo Podoliak nas redes sociais.
Reação internacional
A Otan, outra parte citada nos termos do acordo oferecido pela Rússia, também afirmou discordar das condições apresentadas.
De acordo com a organização, Putin não age de ‘boa-fé’ ao pedir que tropas ucranianas recuem e que a adesão da Ucrânia à Otan seja interrompida.
“Não é uma proposta de paz. É uma proposta de mais agressão e mais ocupação, e demonstra, de certo modo, que o objetivo da Rússia é controlar a Ucrânia”, avaliou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
Por fim, os Estados Unidos, principal aliado da Ucrânia e grande financiador das tropas de Zelensky, também criticaram a ideia de Putin para alcançar a paz.
“[A Rússia] ocupou ilegalmente território soberano da Ucrânia. Não está em posição de ditar à Ucrânia o que ela deve fazer para conquistar a paz”, comentou o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin.
(Com informações de AFP)
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login