Putin: Rússia tem a missão de construir ‘um novo mundo’

A ofensiva russa na Ucrânia, sustenta Putin, não é um "conflito territorial", mas um acontecimento que determinará os "princípios, nos quais se baseará a nova ordem mundial"

Foto: Sergei Gubeyv/Poll/AFP

Apoie Siga-nos no

A Rússia tem a missão de “construir um novo mundo”, afirmou nesta quinta-feira (5) o presidente Vladimir Putin, para quem a ofensiva russa na Ucrânia é, sobretudo, uma resposta à “hegemonia” exercida pelas potências ocidentais.

“Enfrentamos essencialmente a tarefa de construir um novo mundo”, declarou Putin em um fórum de debates políticos, onde denunciou a “arrogância” das potências ocidentais desde a queda da União Soviética.

O líder russo acusou as potências ocidentais de buscarem a “hegemonia” global. “O Ocidente sempre precisa de um inimigo”, enfatizou.

A ofensiva russa na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, não é um “conflito territorial”, mas um acontecimento que determinará os “princípios, nos quais se baseará a nova ordem mundial“, acrescentou.

“Não temos interesse em recuperar territórios”, insistiu Putin, que reivindicou, no entanto, a anexação de quatro regiões ucranianas em setembro de 2022, depois da península da Crimeia em 2014.

Durante o fórum, o presidente também acusou os ocidentais de demonizarem a China e de “criarem um ambiente hostil para os muçulmanos”.


Putin destacou, ainda, que a era em que as potências ocidentais impunham sua vontade ao mundo acabou “há muito tempo”.

A Rússia quer viver em um “mundo aberto”, em que as relações internacionais não sejam regidas por uma “lógica de blocos”, mas pela busca de “soluções coletivas”, disse.

Moscou justificou a ofensiva na Ucrânia pela vontade de Kiev de aderir à Otan, considerada como uma ameaça pela Rússia.

A ex-república soviética considera, no entanto, que a ofensiva russa procura se apoderar de seu território e ilustra a ambição imperialista de Moscou.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.