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Quem são os protagonistas da violência em Beirute
Pelo menos três pessoas mortas na quinta-feira eram membros do movimento
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Sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na quinta-feira 14, em confrontos após uma manifestação em frente ao Palácio da Justiça na capital libanesa, Beirute.
A manifestação foi organizada por dois partidos xiitas libaneses, Hezbollah e Amal, para exigir que o juiz Tareq Bitar, encarregado da investigação da explosão mortal do ano passado no porto de Beirute, seja substituído.
Os confrontos reviveram a lembrança da guerra civil libanesa (1975-1990), na qual algumas das mesmas partes estiveram envolvidas.
Movimento Amal
O movimento xiita é presidido desde 1980 por Nabih Berri, presidente do Parlamento. É um partido político, também dotado de uma milícia, cujos membros foram os mais visíveis durante a violência de quinta-feira.
Centenas de milicianos do Amal foram às ruas de Chiyah, seu reduto na periferia sul de Beirute, disparando suas armas automáticas e foguetes antitanque contra o bairro cristão vizinho de Ain el-Remmaneh.
Entre os principais responsáveis que o juiz Bitar quer interrogar sobre a explosão de 4 de agosto de 2020 estão dois ex-ministros e deputados do Amal.
Hezbollah
O movimento xiita é um partido político representado no Parlamento por 13 deputados. Tem uma milícia poderosa apoiada e armada pelo Irã.
O Hezbollah é frequentemente descrito como um Estado dentro do Estado. Segundo os acordos de Taef, que encerraram a guerra civil, é a única formação que conseguiu manter suas armas, usando como escudo sua resistência contra Israel. Uma guerra violenta estourou entre o Hezbollah e Israel em 2006.
Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah desde 1992, lançou uma violenta campanha contra o juiz Bitar, acusando-o de politizar a investigação e pedindo sua substituição.
Os combatentes do Hezbollah foram vistos nas ruas na quinta-feira e participaram dos confrontos, mas em menor número do que os do Amal.
Pelo menos dois dos mortos nos confrontos eram membros do Hezbollah.
Forças Libanesas
A formação cristã, liderada desde 1986 por Samir Geagea, foi um dos principais atores da guerra civil.
Transformou-se em partido político e seu chefe foi o único dos senhores da guerra a ser preso, passando 11 anos na prisão durante o domínio sírio no Líbano.
Mantém uma discreta milícia em seus feudos nos subúrbios de Beirute e no norte do país.
O Hezbollah acusa as Forças Libanesas – que apoiam a investigação da explosão do porto – de ter colocado franco-atiradores nos telhados de prédios próximos ao Palácio da Justiça e disparado contra seus militantes.
As Forças Libanesas negaram essas acusações. Não havia milícias cristãs nas ruas durante os confrontos.
O Exército libanês
O Exército libanês foi implantado nos bairros onde ocorreram os confrontos. Mas não fez nada para desarmar ou repelir os milicianos que se aglomeraram, apesar do fato de o fogo de armas automáticas e foguetes antitanque passarem a centímetros de suas patrulhas.
O Exército vasculhou prédios em Ain el-Remmaneh em busca de atiradores e anunciou nove prisões.
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