Rachadura continental

As divergências entre líderes europeus são cada vez mais explícitas

Divórcio. Foi-se a era "Merkozy". Hollande cobra Merkel e a critica em público. Foto: Eric Feferberg/AFP

Apoie Siga-nos no

Em entrevistas à mídia, às vésperas da cúpula de Bruxelas de 18 de outubro, François Hollande tirou as divergências com Angela Merkel dos bastidores e a acusou de ser refém das eleições alemãs de setembro de 2013, nas quais suas perspectivas ante a oposição social-democrata são cada vez menos favoráveis.

A França, à frente dos países do Sul do continente, exige o cumprimento dos compromissos de colocar a união bancária em funcionamento e tornar possível o resgate direto de bancos até o início de 2013, pois a Espanha, cujos bancos precisam de socorro urgente, não poderá esperar mais. A Alemanha desconversa sobre a promessa de junho e quer primeiro dar ao Comissário de Economia da União Europeia (o finlandês Otto Rehn, pró-alemão) o poder de intervenção nos orçamentos nacionais. Pelas regras atuais, que Berlim não cogita mudar antes de 2014, o governo de Madri precisaria pedir o resgate e comprometer o país com uma dívida pública ainda maior e cortes de gastos públicos ainda mais drásticos.

Isso pode provocar o colapso do próprio Estado espanhol, abalado por escândalos que envolvem a família real e o partido do governo, movimentos separatistas apoiados por autoridades regionais e protestos que convergem com os de outros países do sul da Europa, cujos sindicatos articulam para 14 de novembro o que pode ser a primeira greve geral continental, incluindo Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Chipre e Malta.

target=”_blank”>Racismo é a parte visível do nacionalismo sérvio

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.