Regime militar do Níger acusa França de violar espaço aéreo e libertar ‘terroristas’

Acusações surgem às vésperas de uma reunião que discutirá a possível restauração à força da ordem constitucional na ex-colônia francesa

Cidadãos têm demonstrado apoio ao golpe militar no Níger. É comum o uso de bandeiras russas na manifestação. Foto: AFP

Apoie Siga-nos no

O regime militar do Níger acusou a França, nesta quarta-feira (9), de ter violado seu espaço aéreo, fechado desde o domingo, e de ter libertado “prisioneiros terroristas”, acusações rapidamente refutadas por Paris.

Em declarações transmitidas pela televisão, o coronel Amadou Abdramane disse que um “avião militar” das “forças francesas” decolou nesta quarta “às 06h01 locais” e que a aeronave “intencionalmente cortou todo o contato com o controle aéreo” ao entrar no espaço nigerino entre as 06h39 e as 11h15 locais.

O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que assumiu o poder em 26 de julho por meio de um golpe de Estado, afirmou, ainda, que a França libertou “de forma unilateral prisioneiros terroristas”.

Estes teriam participado, então, de uma “reunião de planejamento” para um ataque “a posições militares na área das três fronteiras” entre Níger, Burkina Faso e Mali, acrescentou.

“O voo, realizado esta manhã, foi autorizado e coordenado com o exército nigerino”, indicou uma fonte governamental francesa à AFP. “As forças francesas não libertaram nenhum terrorista”, enfatizou.

Essas acusações surgem às vésperas de uma reunião regional que discutirá a possível restauração à força da ordem constitucional neste país da África Ocidental e antiga colônia francesa.


Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.