As colmeias estavam numa terra de ninguém. Depois do confronto na fronteira próxima de sua aldeia, em abril, Geram dirigiu até os campos que sua família cultiva há décadas e onde mantém um pequeno apiário. Mas quando ele se aproximou ouviu tiros. Azerbaijanos disparavam contra ele de suas novas posições no topo das colinas ao redor. Ele voltou correndo para o carro e nunca mais retornou.
Outro morador local, Samvel Hyusunts, perdeu quase 70 hectares onde sua família cultivava trigo há décadas. “Eles tomam o que puderem”, diz ele, vestindo um terno empoeirado e boné, à beira da estrada por onde milhares de refugiados passaram de Karabakh para a Armênia. “A aldeia está sofrendo.”
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