Rodolfo Hernández alega risco de morte e cancela atos públicos antes do 2º turno na Colômbia

O candidato da direita à Presidência da Colômbia, o milionário Rodolfo Hernández, afirmou nesta quinta-feira 9 ter cancelado todas as atividades públicas até o segundo turno do pleito, marcado para 19 de junho.

Hernández enfrentará o postulante da esquerda, Gustavo Petro. Neste momento, as pesquisas indicam empate técnico, o que eleva o clima de incerteza. No primeiro turno, Petro liderou com 40% dos votos. Hernández, por sua vez, surpreendeu e chegou à segunda posição com 28%.

“Para minha segurança e para garantir a possibilidade de uma eleição democrática em 19 de junho, tomei a decisão de cancelar todas as minhas aparições públicas entre agora e as eleições”, escreveu Hernández nas redes sociais. “Neste momento tenho certeza de que minha vida está em risco.”

O milionário ainda alegou que “podemos esperar tudo, mesmo o mais grave, de um grupo político que se comporta como uma quadrilha”, em referência aos adversários na eleição.

Como mostrou CartaCapital, a esquerda viveu dias de euforia e de medo ante a possibilidade de uma inédita vitória. A esperança vinha das pesquisas internas que apontavam até a chance – não confirmada – de a disputa ser liquidada no primeiro turno. O temor derivava das diversas ameaças contra Gustavo Petro.

A senadora María José Pizarro, da coalizão Pacto Histórico, defendeu às vésperas do primeiro turno a colaboração da comunidade internacional para que o pleito acontecesse em clima de normalidade e segurança.

No mesmo dia em que Petro foi obrigado a discursar cercado por guarda-costas que empunhavam escudos à prova de disparos de fuzil e metralhadora, a parlamentar desabafou a CartaCapital: “Em nenhum lugar do mundo um candidato presidencial tem de fazer campanha nestas condições”.