Rússia diz na ONU que o objetivo da guerra é ‘levar paz’ ao leste da Ucrânia

No Conselho de Segurança, embaixador de Putin classificou como 'acusações infundadas' as denúncias de crimes de guerra cometidos pelas tropas russas

Foto: Don Emmert/AFP

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O embaixador da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, Vassily Nebenzia, afirmou nesta terça-feira 5 que as tropas de Vladimir Putin não estão na Ucrânia para “conquistar territórios”. Também alegou ter viabilizado a saída de 600 mil pessoas do território ucraniano para áreas russas.

Nebenzia classificou como “acusações infundadas” as denúncias de crimes de guerra cometidos pelas forças russas. Segundo ele, as alegações “não são confirmadas por qualquer testemunha ocular”.

“Não havia outro modo de trazer paz à região do Donbass”, afirmou Nebenzia, que voltou a acusar a Ucrânia e o Ocidente de não respeitarem os Acordos de Minsk. Ele ainda tornou a declarar que “nazistas comandam o show” em Kiev.

“Temos centenas ou milhares de depoimentos em vídeo de pessoas que estão prontas para fornecer informações sobre a crueldade dos nacionalistas ucranianos”, prosseguiu o embaixador russo, que intensificou as críticas às potências ocidentais que se alinharam a Kiev.

“Viemos à Ucrânia não para conquistar territórios, mas para trazer a tão aguardada paz para a região de Donbass, que sofre um banho de sangue”, acrescentou. “Precisamos cortar o tumor maligno nazista que está consumindo a Ucrânia. Atingiremos esse objetivo, não há outro resultado.”

Minutos antes, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, elevou o tom das críticas à Rússia durante o seu pronunciamento virtual no Conselho de Segurança da ONU.


“Eles seguiram uma política de destruir a diversidade étnica e religiosa, depois inflamar as guerras e deliberadamente liderá-las de forma a matar muitos civis”, afirmou. “Alguns deles foram fuzilados nas ruas, outros foram jogados nos poços para morrer. Em sofrimento. Eles foram mortos em seus apartamentos, casas foram explodidas por granadas.”

Zelensky ainda declarou que os locais atacados variam, “mas a crueldade é a mesma”. Ele tornou a pedir que a Rússia seja responsabilizada pelas ações em território ucraniano e fez críticas à atuação do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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