Rússia e EUA usam influenciadores do TikTok para propagar versões sobre o conflito na Ucrânia

Com o início da ofensiva da Rússia contra a Ucrânia, milhares de usuários recorreram ao TikTok para obter informações sobre os ataques.

Ucranianos têm usado a plataforma como uma das principais fontes divulgação de notícias para o exterior, compartilhando suas histórias e atualizando sobre a situação no país. 

Analisando o fluxo de informação, Rússia e os Estados Unidos têm traçado estratégias para propagar suas respectivas versões sobre o conflito. 

Nesta quinta-feira 10, a Casa Branca reuniu as 30 principais estrelas americanas na plataforma. O objetivo? Repassar informações sobre o conflito na Ucrânia consideradas importantes pelo governo.

Segundo o Washington Post, funcionários do Conselho de Segurança Nacional e a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, orientaram esses influenciadores os objetivos estratégicos dos Estados Unidos e esclareceram dúvidas sobre a distribuição de ajuda humanitária na região dos conflitos. 

Na conversa, também foi exposta a posição do país sobre um possível ataque nuclear russo. 

Noutra campanha, os usuários foram orientados a postar vídeos pedindo unidade nacional, usando uma faixa de áudio com Putin pedindo que todos os grupos étnicos da Rússia se unissem neste momento de conflito.

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A gestão Biden tem procurado criadores para propagar grandes iniciativas políticas. A mesma estratégia foi usada para incentivar a vacinação durante a pandemia da Covid-19. 

Do outro lado do conflito, o site Vice News, ligado à revista canadense Vice alega ter descoberto uma campanha coordenada do governo Putin para pagar influenciadores para divulgar narrativas pró-Kremlin sobre o conflito na Ucrânia. 

Segundo o site, as campanhas foram promovidas por um jornalista por meio do Telegram, orientando produtores de conteúdo russos sobre os temas que deveriam ser abordados e traçando diretrizes para as postagens. 

Alguns vídeos analisados pela Vice News apontam que influenciadores gravaram diversos vídeos, todos com o mesmo texto, em que tentam se desculpar pela guerra, promovendo a narrativa de que a Ucrânia cometeu um genocídio contra a língua russa na região de Donbas nos últimos oito anos. A tese se alinha às justificativas oficiais do Kremlin para a invasão do país vizinho.

As estimativas da Vice apontam que, para cada vídeo postado os produtores de conteúdo, ganharam cerca de 17 dólares. A publicação não conseguiu, contudo, localizar a origem dos valores supostamente pagos aos influenciadores.

Para tentar barrar o fluxo de informações pró-Rússia, o TikTok baniu postagens de usuários localizados no país. Após campanha feita por usuários, as publicações foram excluídas pelos influenciadores russos.