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Servidores reagem a decreto de Milei e não descartam greve geral

“Ninguém espera que aceitemos uma única demissão”, disse uma liderança sindical

Uma manifestação está marcada para esta quarta-feira. Foto: ATE/Reprodução
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A Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), sindicato que representa os servidores públicos da Argentina, reagiu ao decreto de Javier Milei que promete dispensar mais de 7 mil servidores.

A ATE está marcando para esta quarta-feira 27 o “Dia Nacional de Luta” para protestar contra as medidas. Segundo Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato, uma greve geral não é descartada.

A manifestação será em frente ao Palácio da Justiça da Nação Argentina, sede do Supremo Tribunal e de outros tribunais inferiores.

“Ninguém espera que aceitemos uma única demissão”, disse Rodolfo. “Os trabalhadores desempenham em todos os casos tarefas essenciais para garantir o funcionamento de todas as áreas do Estado, independentemente do tipo da sua relação contratual”, completou a liderança sindical.

Em relação aos protestos convocados para esta semana, o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, disse que o governo vai utilizar “todas as medidas dissuasivas” à sua disposição, como o protocolo de ordem pública. Entre essas medidas, informou o porta-voz, estão estratégias utilizadas na quarta-feira da semana passada 20, quando houve restrição para a mobilidade das pessoas.

Medidas ultraliberais

Milei anunciou nesta terça que vai demitir os servidores públicos da Argentina contratados em 2023. O decreto impede a renovação de contratos de trabalhadores empregados há menos de um ano no Executivo e em organizações do Estado, além de empresas públicas e corporações de maioria estatal, como a petroleira YPF.

Com a medida, o governo vai cancelar os contratos que expiram em 31 de dezembro. O decreto pela não renovação se soma a uma série de medidas de ajuste fiscal, desregulamentação e diminuição do papel do Estado na economia, assinadas pelo presidente que assumiu o cargo no último dia 10 de dezembro.

As medidas foram acompanhadas também de desvalorização da moeda, o peso argentino, frente ao dólar, o que resultou em escalada de preços em uma economia que já convivia com hiperinflação.

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