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Suprema Corte dos EUA derruba proibição de acessório que converte armas em metralhadoras

O pano de fundo do caso é um massacre cometido em Las Vegas em 1º de outubro de 2017, o pior na história moderna do país

Um 'bump stock' registrado em uma loja de armas em Salt Lake City, Utah (EUA), em 5 de outubro de 2017. Foto: George Frey/Getty Images North America/AFP
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A Suprema Corte dos Estados Unidos anulou nesta sexta-feira 14 uma norma federal que proíbe os “bump stocks“, dispositivos que aumentam a cadência de tiro dos fuzis semiautomáticos, transformando-os de fato em metralhadoras.

Por seis votos a favor e três contra (dos juízes progressistas), a corte decidiu que a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) excedeu sua competência em 2018 ao reclassificar os “bump stocks” como metralhadoras, proibidas por uma lei de 1934, durante a era da Lei Seca.

“Consideramos que um fuzil semiautomático equipado com um bump stock não é uma ‘metralhadora’ porque não pode disparar mais de um tiro com ‘apenas apertar o gatilho'”, escreveu o juiz Clarence Thomas em nome da maioria, baseando-se em uma lei de 1934, adotada muito antes da invenção deste dispositivo.

O pano de fundo deste caso é um massacre cometido em Las Vegas em 1º de outubro de 2017, o pior na história moderna dos Estados Unidos, com um saldo de 58 mortos e mais de 500 feridos.

A maioria dos 22 fuzis do autor deste massacre estava equipada com essas coronhas removíveis que permitiram disparar a uma velocidade de até nove balas por segundo.

Após a tragédia, a ATF reconsiderou sua posição sobre esses dispositivos.

Em fevereiro de 2018, poucos dias após um massacre em uma escola na Flórida (sudeste), no qual 17 pessoas morreram, a administração do então presidente republicano Donald Trump se comprometeu a proibir os “bump stocks“.

Em dezembro daquele mesmo ano, a ATF anunciou que os consideraria como metralhadoras e ordenou que quem possuísse alguns os destruísse ou entregasse às autoridades em um prazo de 90 dias.

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