A Ucrânia utilizou armas proibidas internacionalmente em seu próprio território no mês de março, segundo reportagem do The New York Times publicada nesta segunda-feira 18.
De acordo com o jornal americano, tropas ucranianas teriam provocado a morte de pelo menos duas pessoas no vilarejo agrícola de Husarivka com o disparo de munições de fragmentação – que se abrem no ar e distribuem pequenas bombas em uma área ampla.
Elas podem não explodir no impacto e, portanto, apresentam riscos de causar danos indiscriminados a civis até serem localizadas, recolhidas e descartadas.
Um acordo internacional com 100 signatários proíbe a utilização desse tipo de munição, mas a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos não assinaram o documento.
Segundo o jornal, o vilarejo havia passado para o comando russo nos primeiros dias de março. A Rússia tem lançado as mesmas bombas sobre a aldeia, diz o periódico, desde que invadiu a Ucrânia.
Repórteres do veículo, porém, teriam visitado o local e visto munições de fragmentação aterrisarem próximo ao quartel-general do exército russo, o que indicariam que os militares do governo de Vladimir Putin eram o alvo. Pelo menos duas munições de fragmentação teriam sido alojadas a algumas centenas de metros da sede dos russos.
O objetivo seria afastar os russos e retomar o território. O The New York Times afirma que, no início de março, parece ter ocorrido o primeiro uso de uma munição de fragmentação por tropas ucranianas desde 24 de fevereiro, data em que Putin invadiu o país.
Mary Wareham, representante da organização Human Rights Watch, lamentou o uso dessas armas pela Ucrânia, em entrevista ao jornal.
“Não é surpreendente, mas é definitivamente desanimador ouvir que surgiram evidências indicando que a Ucrânia pode ter usado munições de fragmentação nesse conflito”, declarou. “São armas inaceitáveis que estão matando e mutilando civis em toda a Ucrânia.”
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