Faltando uma semana para a posse de Joe Biden, o Congresso americano aprovou a abertura de um processo formal de impeachment contra Donald Trump, acusado de “incitação à insurreição” pela invasão de apoiadores seus ao Capitólio.
O placara foi de 232 contra 197.
Com o resultado, Trump se torna o primeiro na história americana a ser julgado duas vezes no Congresso.
O resultado era esperado, já que os democratas detêm maioria na Câmara. O processo segue agora para o Senado.
A presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi, chamou Trump de “um perigo claro e presente” e disse que “ele deve ir”. Dez republicanos também votaram pelo impeachment. Em 2019, nenhum representante de seu partido apoiou o impeachment anterior.
Trump não deve, contudo, ser apeado do cargo. O líder do Senado, o conservador Mitch McConnell, deixou claro que o julgamento só ocorrerá depois que o colega de partido deixar a cadeira.
Por outro lado, em um recado perigoso para Trump, McConnell sinalizou ser a favor do impeachment. Segundo informações do New York Times e da CNN americana, o julgamento ajudaria o Partido Republicano a virar a página Trump.
Para evitar que o episódio da semana anterior se repetisse, dezenas de militares da reserva passaram a noite dentro do Capitólio. Outros 5.000 homens devem chegar para monitorar a posse de Joe Biden em Washington, o que aumentaria a tropa total para pelo menos 20.000 homens.
Cada vez mais isolado, Trump tentou na terça-feira minimizar o procedimento contra ele, descrevendo-o como uma “continuação da maior caça às bruxas da história política”.
ASSINE CARTACAPITALSeja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.
0 comentário
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login