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Vaticano defende ‘dignidade humana’ em documento que aborda questões como aborto e sexualidade
Documento acena aos conservadores em uma tentativa de conter os ânimos dos opositores do papa Francisco na Igreja Católica
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O Vaticano publicou, nesta segunda-feira (8), um novo texto dedicado ao respeito pela “dignidade humana”, no qual denuncia o aborto e a teoria de gênero e defende os direitos dos migrantes e das pessoas LGBTQIAP+.
O documento, denominado “Dignitas infinita” (“Uma dignidade infinita”), tem quase 20 páginas e foi aprovado pelo papa Francisco. Pode ser lido como uma forma de apaziguar as divisões dentro da Igreja, quatro meses após o escândalo em torno da instauração de bênçãos para casais homoafetivos, especialmente entre os mais conservadores.
O documento aborda os temas-chave do pontificado de Jorge Bergoglio, como a guerra, os direitos dos migrantes, a pobreza, a ecologia e a justiça social, além de outras questões bioéticas ou relacionadas à violência na Internet.
O texto, resultado de cinco anos de trabalho, foi publicado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, o poderoso órgão da Santa Sé encarregado do dogma que lista casos de “violações concretas e graves” da dignidade.
Segundo a publicação, a gestação por barriga de aluguel entra “em total contradição com a dignidade fundamental de cada ser humano” e “a aceitação do aborto na mentalidade, nos costumes e na própria lei” reflete “uma crise de moralidade muito perigosa”.
Pela primeira vez de forma tão específica, o Vaticano denuncia veementemente a “teoria de gênero”, que Francisco chama de “colonização ideológica muito perigosa”.
“Qualquer intervenção de mudança de sexo geralmente corre o risco de ameaçar a dignidade única que uma pessoa recebe no momento da concepção”, afirma o documento.
Ao mesmo tempo, a Igreja recorda que as pessoas LGBTQIAP+ devem ser respeitadas e denuncia que “em alguns lugares, muitas são presas, torturadas e até privadas do bem da vida apenas por sua orientação sexual”.
Uma parte também é dedicada à violência de gênero, afirmando que “nunca será suficientemente condenada”.
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