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Washington diz que Moscou prepara invasão total da Ucrânia; governo russo nega

Para a Inteligência americana, se a Rússia optar por um ataque em grande escala, poderá tomar a capital Kiev e derrubar o presidente Zelensky em 48 horas

Fotos: ALEXEY NIKOLSKY/SPUTNIK/AP e SAUL LOEB/AFP
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Informações da Inteligência dos Estados Unidos dão conta de que a Rússia intensificou os preparativos para uma invasão em grande escala na Ucrânia e agora mobilizou 70% das forças de que precisaria para esse ataque, segundo funcionários americanos.

A Rússia reuniu 110.000 soldados ao longo de sua fronteira com a Ucrânia, mas a Inteligência americana não concluiu se o presidente Vladimir Putin realmente decidiu invadir, de acordo com o que disseram membros de órgãos de inteligência que nos últimos dias mantiveram reuniões com legisladores e representantes dos aliados europeus.

Mas Putin deseja ter todas as opções possíveis à sua disposição: desde uma invasão limitada da região pró-russa de Donbas, na Ucrânia, até uma invasão em grande escala do país vizinho, segundo os funcionários.

A Rússia nega reiteradamente que esteja planejando invadir a Ucrânia.

Para a Inteligência americana, se a Rússia optar por um ataque em grande escala, a força invasora poderia tomar a capital Kiev e derrubar o presidente Volodymyr Zelensky em 48 horas.

O ataque teria o potencial de matar entre 25.000 e 50.000 civis mortos, de 5.000 a 25.000 soldados ucranianos e entre 3.000 e 10.000 soldados russos. Também poderia desencadear uma avalanche de refugiados de um a cinco milhões de pessoas, principalmente para a Polônia, alertaram os funcionários.

O presidente Joe Biden enviou tropas americanas à Polônia para proteger os membros da Otan, enquanto os diplomatas trabalham arduamente para tentar persuadir a Rússia a retirar suas tropas da fronteira com a Ucrânia.

O primeiro contingente de soldados americanos chegou neste sábado.

Moscou também anunciou manobras militares conjuntas com Belarus e enviou vários batalhões ao norte de Kiev e para a região de Brest, não muito longe da fronteira com a Polônia.

Os serviços de inteligência dos Estados Unidos concluíram que a Rússia continua reunindo uma grande força militar em sua fronteira com a Ucrânia.

Há duas semanas, um total de 60 batalhões do exército russo se posicionou a norte, leste e sul da Ucrânia, particularmente na península da Crimeia, anexada pela Rússia depois de uma invasão em 2014.

Mas na sexta-feira já havia 80 batalhões e outros 14 estavam a caminho a partir de outras partes da Rússia, disseram funcionários americanos.

Acrescentaram que cerca de 1.500 soldados das forças especiais russas conhecidas como Spetsnaz foram enviados ao longo da fronteira com a Ucrânia há uma semana.

Uma importante força naval russa também está posicionada no Mar Negro, equipada com cinco navios de assalto anfíbio que poderiam ser usados para desembarcar tropas na costa sul da Ucrânia, relataram funcionários americanos.

Adicionalmente, acrescentaram, foram observados outros seis navios anfíbios saindo do Mar de Barents ao norte da Rússia e navegando além do Reino Unido e através do Estreito de Gibraltar, aparentemente caminho para o Mar Negro.

Além disso, a Rússia colocou aviões de combate perto da Ucrânia, assim como bombardeiros, baterias de mísseis e antiaéreas, declararam os funcionários.

Neste domingo, a Presidência ucraniana considerou que as chances de alcançar uma “solução diplomática” para a crise com a Rússia são “consideravelmente maiores” que as de uma “escalada” militar.

“As chances de encontrar uma solução diplomática para uma desescalada são consideravelmente maiores que a ameaça de uma nova escalada”, declarou Myhailo Podoliak, conselheiro chefe do governo ucraniano.

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