As contas do presidente Donald Trump no Facebook ficarão bloqueadas por pelo menos duas semanas, segundo anunciou o dono da rede social, Mark Zuckerberg, nesta quinta-feira 7. Em comunicado na internet, o empresário afirmou que há “riscos” caso Trump continue a usar os serviços da companhia nos próximos dias.
A decisão ocorre um dia após militantes de extrema-direita invadirem o Congresso americano para protestar contra a posse de Joe Biden, eleito presidente dos Estados Unidos em 2020. O democrata toma posse no dia 20 de janeiro. Uma mulher morreu baleada nas manifestações.
Na ocasião, Trump usou a plataforma para repetir as acusações de fraude na votação que elegeu Biden. Suas declarações no Facebook e no Twitter foram removidas. Para Zuckerberg, o republicano atiçou a violência em vez de condená-la, para minar a transição pacífica e legal ao seu sucessor.
“Nos últimos anos, permitimos que o presidente Trump usasse nossa plataforma de acordo com nossas próprias regras, às vezes removendo conteúdo ou rotulando suas postagens quando violavam nossas políticas. Fizemos isso porque acreditamos que o público tem direito ao mais amplo acesso possível ao discurso político, mesmo que polêmico”, declarou.
“Mas o contexto atual agora é fundamentalmente diferente, envolvendo o uso de nossa plataforma para incitar uma insurreição violenta contra um governo eleito democraticamente”, afirmou Zuckerberg.
Mais cedo, Trump reconheceu que seu mandato está terminando e prometeu uma “transição em ordem”. No dia anterior, pediu que seus apoiadores “voltassem para casa”.
“Sei que vocês estão magoados. Tivemos uma eleição roubada de nós. Todos sabem, principalmente o outro lado. Mas vocês têm de ir para casa agora. Temos de ter paz. Temos de ter lei e ordem. Não queremos ninguém machucado”, disse Trump.
Apesar dos protestos, o Congresso já certificou a vitória de Biden. Congressistas avaliam ainda a possibilidade de um impeachment contra o presidente em seus últimos dias de mandato.
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