Justiça

PF deflagra operação contra agentes da Abin suspeitos de monitorar ilegalmente adversários de Bolsonaro

Dois servidores da agência foram presos por uso irregular de ferramenta de rastreamento

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma reunião no gabinete do seu filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira 20, a Operação Última Milha, que tem como algo agentes da Agência Brasileira de Inteligência suspeitos de terem usado sistemas de GPS para monitorar celulares de jornalistas, políticos e adversários, sem autorização judicial.

As irregularidades teriam ocorrido durante governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando a agência era presidida pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem.

A operação cumpre dois mandados de prisão preventiva contra agentes da Abin e 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. 

As medidas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no bojo do chamado ‘Inquérito das Fake News’. 

Conforme as investigações, os celulares de adversários políticos do ex-capitão teriam sido monitorados por meio da ferramenta “FirstMile”, comparada por 5,7 milhões de reais, sem licitação, ainda no governo Temer. 

O sistema permite rastrear pessoas a partir dos dados transferidos dos celulares por meio de torres de comunicação. 

Em abril, a revelação de uso da ferramenta para fins políticos gerou a abertura de um procedimento investigativo interno na Abin. 

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático de terceiros, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial, ou com objetivos não autorizados em lei.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo