Catástrofe nuclear?

Desde a crise dos mísseis nos anos 60 do século passado, a ameaça nunca foi tão real

Terrorismo nuclear ainda preocupa, alerta SIPRI

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O brasileiro é um dos povos mais complacentes do planeta. Como todas as nações gigantes, é propenso à introversão. Damos atenção apenas relativa, apenas seletiva, ao que ocorre em outros países. Além do mais, somos afortunados. Vivemos na América do Sul, região de paz, onde não se vê guerra há muito tempo. Temos boas relações com todos os nossos vizinhos de fronteira, sem exceção. E mais: ficamos razoavelmente preservados dos efeitos destrutivos das duas Guerras Mundiais do século XX. Por todos esses motivos, os brasileiros estão entre os menos alertas para o perigo que o mundo corre desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

E, no entanto, os riscos são crescentes, até mesmo o risco extremo de guerra nuclear. O conflito na Ucrânia envolve, direta ou indiretamente, as duas principais potências nucleares. A Rússia, diretamente. Os Estados Unidos, indiretamente, por meio de uma guerra por procuração em que os ucranianos lutam e morrem por eles. Para os EUA, o que está em jogo é nada mais nada menos do que o prestígio da sua hegemonia global, desafiada pela invasão da Ucrânia. A Rússia, por seu lado, enxerga na ação do Ocidente, na Ucrânia e em outros países, uma ameaça existencial, e tem dito isso aberta e repetidamente.

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4 comentários

Gilson Duarte F dos Santos 17 de junho de 2023 14h50
A Europa pacifista e humanista do pós-guerra não existe mais. Acompanha as aventuras bélicas da OTAN lideradas pelos EUA contra as suas franjas e vizinhanças do Norte da África, Balcãs, Oriente Médio e Próximo. Tudo isto com a complacência da midia internacional e a passividade da sociedade civil, sempre muito ativa em defesa da paz e da democracia, especialmnte fora das suas fronteiras. O nacionalismo e a xenofobia caminham juntos e não se veem manifestações e protestos nem comoção diante tragédia humanitária dos refugiados em toda a extensão do Mediterrâneo e da iminência de uma guerra nuclear a partir da Ucrânia.
ricardo fernandes de oliveira 18 de junho de 2023 12h03
Um texto dispensável. No Brasil existe uma guerra genocida diária, contra negros e índios. Vender a imagem de uma calmaria aqui e dar uma de Maria Antonieta. Por outro lado, dizer que os eua estão fazendo uma guerra por procuração e o mesmo que dizer que, enquanto hitler invadia a Europa e os eua apoiavam os países europeus, os eua estavam fazendo uma guerra por procuração. O Brasil só tem feito bobagem em termos de política externa. É claro que a Ucrânia não pode ceder território. Sempre haverá o risco de novas invasões despropositadas. Também é evidente que a Rússia vai perder essa guerra. Os eua e a França eram superiores militarmente ao Vietnã e perderam. O mesmo aconteceu no Afeganistão
ricardo fernandes de oliveira 18 de junho de 2023 12h32
Dentro do mesmo raciocínio vesgo, quando China e urss forneciam armas para os vietnamitas estavam fazendo uma guerra por procuração Fazer acordos com a Rússia dará os mesmos resultados dos acordos de chamberlain com hitler
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 19 de junho de 2023 00h42
De fato, caro professor xará, foi bem traçado neste artigo as vaidades das duas potências nucleares EUA e Rússia em que a primeira sempre se considerou dona do mundo e a Rússia que não quer que nenhum país vizinho entre na chamada OTAN, visto que o Pacto de Varsóvia já se desintegrou com o fim da União Soviética, mas estranhamente ou mesmo, ardilosamente, a OTAN continua firme e forte no cenário geopolítico mundial. É fato que se continuar esse conflito por muito tempo, o mundo corre perigo, pois a exaustão de um dos lados pode dar azo a irritação do outro, por isso a necessidade desse pacto proposto pelo presidente Lula ser fundamental de modo que os países liderados pelo Brasil, China, Índia, Turquia, Indonésia façam o pacto da paz ou armistício para que o mundo respire e ambos os lados antagônicos no conflito, de um liderado pelos Estados Unidos e de outro países membros da OTAN e do outro Rússia e alguns aliados reflitam sobre a sobrevivência do própria raça humana pondo um fim nesse conflito e de acordos multi e bilaterais de modo a se partir para um novo mundo menos belicoso. Que os Estados Unidos saia do pedestal de sua ambição imperialista, que já não está muito em alta, e também negocie a paz mundial. Esse é o grande problema do capitalismo que só visa o lucro e não a harmonização entre os homens, a diminuição das desigualdades na terra e o equilíbrio da natureza. O capitalismo é inexorável e caminha para a sua autodestruição.

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