A escolha do tema desta coluna foi instigada pela reportagem de capa de CartaCapital, que trata dos produtos com alegação terapêutica. Suplementos e medicamentos isentos de prescrição médica, que não possuem tarja vermelha ou preta em suas embalagens, podem ser anunciados à população de forma geral. Não é admissível, todavia, o uso de recursos que possam tornar a informação falsa, incorreta ou que cause confusão. Afinal, a publicidade define padrões de mercado e de comportamento das pessoas.
Como médico, atuo há 26 anos em um Centro de Controle de Intoxicações. Atendi muitos casos de pacientes que deram entrada em serviços de urgência e emergência, vitimados por suplementos e medicamentos vendidos como inofensivos. A cultura de uma vida saudável e a busca de soluções para doenças e problemas de saúde, principalmente os crônicos, que tendem a ser mais prevalentes nos idosos, levam muitas pessoas a adquirir esses produtos sem orientação e prescrição médica.
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3 comentários
Cláudio Lemos Silva de Toledo30 de junho de 2023 00h01
Acredito que não só os produtos que fazem mal à saúde deveriam ser proibidos mas também aqueles que, mesmo não fazendo mal, não trazem benefício algum a saúde, enganando consumidores e surrupiando seus, em geral, parcos recursos.
ricardo fernandes de oliveira30 de junho de 2023 20h30
O articulista se esqueceu de falar do
Médico. O paciente vai ao posto médico e não encontra profissional para atender. Ou, se tem plano, o médico credenciado só pode atender daqui a 3 meses. Graças a resistência dos médicos em repassar responsabilidades para enfermeiros e aceitar médicos estrangeiros, o paciente acaba se virando por conta própria. Além disso, não há médicos com confiabilidade suficiente. É comum casos de erros de diagnóstico médico. Um
Médico não e obrigado a fazer residência e não há exames para comprovar sua qualificação, ao contrário dos advogados, que precisam passar no exame da oab
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS2 de julho de 2023 23h17
Exatamente isso, parece que o Brasil nos últimos anos virou terra de ninguém e as propagandas enganosas que se aproveitam da desinformação e do desespero da sociedade por remédios milagrosos e que possam solucionar suas mazelas sem se verificar os efeitos colaterais que podem ser mais danosos são a regra onde os órgãos competentes são provocados de maneira muito pequena. Não é preciso o auxílio dos parlamentares para regulamentar e coibir esses estelionatários da saúde pública, precisamos fazer com que o Estado brasileiro coloque em funcionamento os seus órgãos de fiscalização, que O PROCOM, CONAR , Vigilância Sanitária, Ministério Públicos, Defensorias Públicas ajam para forçar os Conselhos Regionais de Medicina e de Farmácia a punir esses mau profissionais ou falsos profissionais de modo a proteger a sociedade, principalmente os mais carentes.
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