Fundamentalismo hipócrita

Aceito alegremente a pecha de pertencer à “extrema-esquerda abortista”, se este for o preço a pagar por defender pautas justas e progressistas

Protesto contra o PL do Aborto na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Nelson Almeida/AFP

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Quando o muro separa, uma ponte une/ Se a vingança encara, o remorso pune/ Você vem me agarra, alguém vem me solta/ Você vai na marra, ela um dia volta/ E se a força é tua, ela um dia é nossa/ Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando/ Que medo você tem de nós, olha aí
(Pesadelo, de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro)

Reacionários de todos os matizes tentam convencer os brasileiros, sobretudo aqueles inclinados a votar no presidente Lula, de que o projeto petista é de “extrema-esquerda”. Quem, como eu, acompanhou Lula desde suas primeiras tentativas de se eleger presidente da República até sua primeira vitória, em 2002, deve lembrar-se do mal-estar gerado quando o então candidato lançou a Carta ao Povo Brasileiro, na qual se comprometia, como um bom reformista, a renunciar à utopia socialista.

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