Genocídio legislado

Precisamos dizer não à tese do marco temporal, a ameaçar a sobrevivência dos povos indígenas e a preservação da natureza

.Foto: Thiago Gomes/Agência Pará

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No chão da luta, lado a lado com o movimento indígena, barramos a PEC 215, marchamos diversas vezes pela esplanada e sempre ecoamos com nossos maracás a urgência pela demarcação de nossos territórios. A maior ameaça até agora para a garantia de nossas terras, para a manutenção da vida e dos biomas, é a tese do marco temporal, que tenta reduzir o direito à demarcação apenas aos territórios ocupados pelos povos indígenas até a Constituição de 1988. Um absurdo, a violar o nosso direito originário às terras, a manutenção da nossa cultura e a garantia de nossa existência.

Mais uma vez ele será pautado no Supremo Tribunal Federal, que tem a competência para decidir sobre o tema. Nossa posição é clara: marco temporal, não! E, como sempre, estaremos mais uma vez em marcha e em luta contra uma decisão que ameaça até mesmo a vida na Terra. Para além do esforço dos povos indígenas, é preciso sensibilizar toda a sociedade sobre a importância de dizer não ao marco temporal. Quando preservamos nossos biomas, estamos garantindo um futuro para todos e todas.

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1 comentário

ricardo fernandes de oliveira 31 de maio de 2023 10h17
Hoje há dois absurdos: um e discutir marco temporal, como se em algum momento os índios tenham chegado depois dos brancos na nossa história. O outro e criar um ministério dos povos indígenas e tirar a Funai do seu âmbito

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