Opinião

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Janeiro de 2027

Quando o novo governo tomar posse, começa a corrida pela sucessão

Tebet fincou sua bandeira durante a eleição. Haddad e Dino disputam espaço a partir do governo. Boulos talvez prefira subir degrau por degrau - Imagem: Eduardo Ogata/Haddad 2022, Leandro Paiva/Boulos 2022, Evaristo Sá/AFP e Redes sociais
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Lula vai tomar posse em clima de festa popular. É justo. Em última análise, ao povo compete defender a democracia e foi exatamente o que aconteceu na eleição presidencial. Todavia, apesar do júbilo, é impossível ignorar certa sensação de que uma geração política encontra neste governo uma última oportunidade de servir ao País. Nos próximos quatro anos, a direita e a esquerda deverão escolher novas lideranças e todos sabemos como essas escolhas vão marcar a política brasileira dos próximos 20 anos. Por mais injusto que seja, no momento em que o novo governo tomar posse, toda a política estará a pensar no próximo. A política vive de antecipação e adora especular sobre o futuro. Impossível resistir.

A direita tem a escolha mais importante a fazer – e também a mais difícil. De forma simples, trata-se de escolher entre Jair Bolsonaro e a democracia. Devemos esperar que a direita brasileira tenha aprendido a lição: sem apelo ao centro político, perde. Só a moderação e o respeito democrático serão capazes de garantir que o bloco político de direita seja eleitoralmente competitivo. Assim sendo, a escolha deve ser radical. Cortar com Bolsonaro, cortar com os apelos à intervenção militar, cortar com a nostalgia da ditadura e com a pretensão de que só a direita representa os valores do genuíno povo brasileiro, colocando a esquerda, sua adversária, como um não povo que deveria ou se render ou ser banida do País.


JOSÉ SÓCRATES. Ex-primeiro-ministro de Portugal.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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