Migrantes e refugiados

Acolhimento, inclusão e integração exigem esforços de toda a sociedade

Refugiados ultrapassam fronteira entre a Ucrânia e a Romênia em meio à guerra. Foto: Armend Nimani/AFP

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O saudoso professor Milton Santos, nos seus estudos sobre globalização, alertava para o fato de que, se o processo tinha a capacidade de aproximar povos e culturas distantes, poderia, por outro lado, fazer reaparecer movimentos de xenofobia e de racismo aparentemente eliminados.

Infelizmente, suas previsões se confirmaram. Refugiados, imigrantes, aqueles em deslocamento colecionam frequentemente relatos e denúncias de violências que se manifestam de diversas maneiras. A violência cotidiana da intolerância, das ofensas gratuitas, do desemprego, da falta de oportunidade, da exclusão, das agressões psicológicas e físicas e até os assassinatos e linchamentos, que envergonham aqueles capazes de reconhecer a humanidade intrínseca em cada ser humano.

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2 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 23 de junho de 2024 04h10
De fato, a globalização encurtou e fez com que povos distantes se aproximassem com um simples clique no computador ou no celular, mas o saudoso professor Milton Santos tinha razão quando vaticinou que a xenofobia, racismo e intolerância iria aumentar. Infelizmente alguns países possuem até líderes xenófobos, racistas e intolerantes que incentivam todo esse ódio. Cabe aos governos democráticos e organizações não governamentais diminuir essa intolerância proporcionando oportunidades para quem deseja sair de uma região de conflito e se estabelecer em um país de situação democrática mais estável. Os países europeus exploraram em demasia as riquezas dos países africanos e asiáticos, mas hoje negam os filhos, netos e bisnetos daqueles povos que tanto tiraram proveito. O Brasil e os Estados Unidos são países multirraciais, multiculturais que poderiam abrir suas fronteiras para quem deseja migrar, mas preferem seguir o exemplo das suas antigas metrópoles europeias. O bem estar coletivo e a solidariedade entre os povos seria mais uma utopia para o século XXI?
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 23 de junho de 2024 15h43
É de espantar que no Brasil, um país majoritariamente de imigrantes, haja uma rejeição tão grande contra os refugiados, que vem especialmente dos descendentes dos imigrantes que começaram a chegar ao Brasil a partir de 1824, sem contar os portugueses. Claro que ainda há o preconceito contra o imigrante “não europeu”, mas veja-se a contribuição dos imigrantes judeus, árabes, africanos, orientais, para a culinária, a atividade econômica, â cultura e ao vocabulário do Brasil. É difícil de entender e de aceitar essa rejeição.

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