Militares, entre deveres e poderes

A postura antirrepublicana revela uma derrocada profunda

Foto: EVARISTO SA / AFP

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Bolsonaro assestou mais uma paulada nas relações entre o Executivo e o Judiciário, ao conceder indulto ao deputado Daniel Silveira. Condenado por graves ameaças à ordem constitucional, Silveira recebeu a graça do presidente da República.

Para o general Eduardo José Barbosa, presidente do Clube Militar, Bolsonaro “restabeleceu o estado de direito, constantemente ignorado por alguns ministros da Suprema Corte com suas interpretações parciais e antipatrióticas, alinhadas com o pensamento de políticos de esquerda, que insistem no retorno ao poder de criminosos”….

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 2 de maio de 2022 14h56
Todo homem, na medida em que é ativo, contribui para modificar o ambiente social em que se desenvolve tendendo a estabelecer normas, regras de vida e de conduta. Esses militares, travestidos de suas fardas, como homens públicos que são, possuem uma responsabilidade restrita para os seus desígnios de modo que foram incumbidos de zelar pela coisa pública ou melhor, cuidar e se submeter à própria República. O que vemos, lemos e ouvimos é que são arremedos de homens públicos que querem servir aos seus próprios interesses ou aos interesses de um projeto de Déspota, que é o homem que está investido do cargo de presidente da República, por ora. A decadência moral e desviada desses homens não pode contaminar as instituições que eles servem. Existe um limite legal e moral para as suas investidas prosaicas na condução da coisa que é pública. O limite para as suas aventuras de tentativas golpistas deve ser a lei, a lei maior que é a Carta Magna.

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