Opinião

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O Brasil não precisa de autorização

O País tem seus próprios interesses, mas será importante não esquecer o direito internacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia com o homólogo Xi Jinping. Foto: Ken Ishii / POOL / AFP
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Na mesma semana em que visitava a China, Lula foi convidado pelo Japão para a reunião do G-7. Nessa semana assinalavam-se os cem dias de governo e a mídia brasileira aproveitava para expressar em casa o desapontamento com os resultados da governança. Exatamente no momento em que todo o mundo mostrava interesse em atrair a atenção do presidente da República, o jornalismo brasileiro parecia apostado em lembrar Lula que ele não tinha ainda resolvido todos os problemas do País. Sinceramente, ao menos para quem observa de fora, o problema não me parece ser do governo, mas da mídia.

Na verdade, quem tem o mínimo de capacidade de análise facilmente reconhecerá que um dos mais sérios problemas do Brasil nestes últimos quatro anos consistiu no isolamento político internacional. Esse isolamento nunca foi apenas um problema externo, mas um problema para a política nacional – danos para a política comercial, danos para o investimento externo, danos para a política ambiental, danos para os cidadãos. Cem dias depois, esse problema desapareceu, o Brasil retornou ao palco da política internacional e voltou a ser um país respeitado e previsível. Isso não quer dizer, obviamente, que todos concordem com a sua política externa (voltarei a esse ponto), mas todos têm consciência de que a vida política internacional fica mais rica, mais representativa e mais diversa quando veem o Brasil voltar a ocupar o seu espaço na cena global.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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