Jair Bolsonaro teve a sorte de conduzir aquela multidão que lhe deu a vitória, 57 milhões de votos, na eleição presidencial de 2018. Lula estava preso. A suposta direita arrastou os eleitores com mais facilidade. E o vencedor de hoje terá chances de repetir a dose na eleição de 2022. Tudo dependerá da economia, da política e daqueles milhões de desempregados que perambulavam durante a eleição.
Pela primeira vez na história republicana o conjunto dos eleitores identificados como de direita ficará no poder por mais tempo do que se supõe. Há sinais nesse sentido. Quem seria o próximo presidente após Bolsonaro? Ele mesmo?
Em 1945, o astuto Getúlio Vargas percebeu que era hora de dar fim ao Estado Novo. Entregou estrategicamente o poder ao confiável general Eurico Gaspar Dutra. Ganhou fácil a eleição. Um jogo semelhante foi executado muitos anos depois. Precisamente, durante a ditadura de Ernesto Geisel, sob a batuta do general Golbery. Deram o poder ao general Figueiredo. Trama bem-sucedida.
O destino do governo está sujeito aos índices de desemprego
A se analisar a questão a partir da situação atual, há dois candidatos possíveis na próxima eleição. Um do veterano PT e outro do nascente PSL. A primeira pesquisa eleitoral vai indicar se Ciro Gomes, do PDT, partirá com fôlego. Ele parece disposto a dar a última cartada. O PT dá sinais de queda e o PSL, indício de ascensão. Até agora.
Bolsonaro costurou forte aliança na Câmara e no Senado. O governo sustenta a força do partido. Sem isso, tudo se esfarela. Recuperado da condição física, após uma cirurgia, ele volta a Brasília para comandar de perto duas pautas do Congresso, a reforma da Previdência e a proposta de combate ao crime, elaborada na solidão do gabinete do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Pesquisa feita entre os congressistas aponta que mais de 80% deles apoiam as reformas.
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