Maria Rita Kehl

Opinião

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O engodo da pacificação

Ao propagandear a sua autoanistia, Bolsonaro fala em “pacificar” o País, mas nossa história prova: não existe paz sem Justiça

Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Uma das melhores designações dadas ao golpe de 1964 figura no título do documentário de Camilo Tavares: O Dia Que Durou 21 Anos. Esse período se inicia com a deposição de um governo legítimo e progressista, liderado por João Goulart, e se encerra – pero no mucho – em 1985, com a eleição do primeiro presidente civil após duas décadas de regime militar.

No crepúsculo desse sombrio hiato de 21 anos, o Brasil caminhava para uma democracia, mas até certo ponto. Exilados voltaram ao País, recebidos com imenso carinho. Os presidentes voltaram a ser eleitos, e não escolhidos por juntas militares. Mas a mudança em curso estava longe de ser progressista. Eleito pelo voto indireto de um colégio eleitoral, Tancredo Neves morreu antes de assumir. O primeiro presidente pós-ditadura foi o vice José Sarney, tão à direita quanto os militares aos quais se alinhou.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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