Política

123 Milhas entra na mira de ministérios e vira alvo de CPI

Empresa comunicou que não vai emitir passagens compradas entre setembro e dezembro na linha ‘Promo’

Foto: Reprodução
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A empresa 123 Milhas, que comercializa passagens aéreas e pacotes de viagens, tornou-se alvo de medidas do Ministério do Turismo, do Ministério da Justiça e da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura as chamadas “pirâmides financeiras” que operam com o uso de moedas digitais.

As medidas ocorrem após a companhia ter informado, na sexta-feira 18, que cancelaria pacotes e passagens que já haviam sido vendidos aos consumidores.

Em entrevista à emissora GloboNews, nesta segunda-feira 21, o ministro do Turismo, Celso Sabino, informou que a pasta suspendeu a 123 Milhas de um cadastro nacional de empresas do setor, o Cadastur. O sistema viabiliza a aquisição de empréstimos e financiamentos por empreendedores do turismo.

O cadastro permite o recebimento de benefícios do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, criado para amenizar danos da pandemia ao ramo turístico. O ministro disse ter enviado um ofício ao Ministério da Fazenda com o comunicado da suspensão da empresa pela plataforma.

Em nota, a Secretaria Nacional do Consumidor, órgão do Ministério da Justiça, também declarou que vai notificar a 123 Milhas para uma averiguação preliminar, em que a empresa “preste os seus devidos esclarecimentos”. A Senacon diz estar atuando em conjunto com o Ministério do Turismo.

Na Câmara dos Deputados, é esperado que a CPI das Pirâmides investigue os prejuízos causados aos consumidores. O presidente da Comissão, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), escreveu que o caso é “grave”, em publicação no sábado 19, na rede social X, o antigo Twitter.

“É muito grave o comunicado da ‘123 milhas’ de suspensão das viagens agendadas de setembro a dezembro de 2023. Muitas famílias se programaram e agora todo o sonho vai por água a baixo. A CPI das Pirâmides Financeiras vai investigar o caso dos prejuízos causados ao brasileiros”, escreveu o parlamentar.

Em seu portal, a 123 Milhas diz que “sempre buscou agir com transparência e respeito com os seus clientes”, e que a suspensão ocorreu “devido à persistência de circunstâncias de mercado adversas”.

A companhia diz que não emitirá as passagens com embarque previsto de setembro a dezembro de 2023 da linha “Promo” e que está devolvendo integralmente os valores pagos pelos clientes.

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