Seis vezes em que a família Bolsonaro foi contra o foro especial

Ao longos dos anos, tanto o presidente como os filhos criticaram várias vezes o benefício. "Eu não quero essa porcaria de privilégio"

Apoie Siga-nos no

A investida do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) contra o caso Queiroz é o grande assunto da semana. Para barrar a investigação contra o amigo, o parlamentar requereu o foro especial (que a família chama de privilegiado), e o caso foi suspenso até o mês que vem pelo ministro Luiz Fux, do STF.

Quer dizer, a prática do filho mais velho do clã Bolsonaro contraria o discurso que ele, o pai e os irmãos tiveram ao longos de todos os seus anos de vida pública.

Como tudo que envolve a família, as ideias são confusas. Flávio, Eduardo e Carlos enxovalharam muitos colegas de parlamento por utilizar o benefício de serem investigados em foros e cortes diferenciadas. Também costumam comemorar a transferência das pendências de desafetos à primeira instância.

Já o pai passou a ter uma visão um pouco diferente quando a coisa pareceu que ia virar séria. Quando o projeto de fim do foro avançou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, em 2017, passou a criticar a ideia.

Na visão do então deputado, conforme vídeos e entrevistas, o fim do foro serviria para que os políticos ganhassem tempo e pudessem recorrer por anos até seus processos chegarem à última instância.

O histórico do clã nas redes sociais revela um pouco da visão controversa sobre o tema. Confira:


  1. “Eu não quero essa porcaria de privilégio”

Em março do ano passado e com o filho do lado, Jair Bolsonaro gravou um vídeo criticando o foro privilegiado. Citando processos contra ele no STF, sugeriu abrir mão do benefício. “Não quero essa porcaria de foro privilegiado”.

?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> src="https://i.ytimg.com/vi/ny_2x-8Q9FA/hqdefault.jpg" layout="fill" object-fit="cover">

2. “Sou pelo fim do foro privilegiado”

Há dois anos, Eduardo Bolsonaro advogava pelo fim do benefício judicial aos parlamentares.

3. Para Lula, manobra

Quando se ventilou a possibilidade de estender o foro especial a ex-presidentes da República, o senador considerou que “cheirava golpe”.

4. Palmas para o fim do foro… de Geraldo Alckmin

Quando o tucano deixou o governo do estado de São Paulo, no ano passado, Eduardo Bolsonaro comemorou a notícia de que os processos envolvendo o nome dele seriam remetidos à 1ª instância. Com emoji de aplausos e tudo.

5. “Maia quer ser eleito exclusivamente para continuar com foro privilegiado”

Em resposta a um internauta que criticava a Rodrigo Maia, o ‘pitbull’ de Bolsonaro detonou o presidente da Câmara por buscar a reeleição ‘exclusivamente’ para manter o foro privilegiado. Menos de um ano depois, o partido do pai apoia Maia na recondução à mesa.

6. “Eu sou favorável sim ao fim do foro privilegiado…”

A opinião de Bolsonaro em relação ao foro flutua ao sabor dos acontecimentos. Nessa entrevista de 2018, Ele diz ser a favor de acabar com o benefício, desde que isso não significasse o fim da prisão em segunda instância. Então deputado, ele argumentava que a medida contribuiria para a impunidade de políticos.

?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> src="https://i.ytimg.com/vi/V7QkJwTlMak/hqdefault.jpg" layout="fill" object-fit="cover">

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.