Em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira 22, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas diretas ao atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que o governo federal pretende substituir pelo general Joaquim Silva e Luna, conforme decisão anunciada na última sexta-feira 19.
O mandato de Castello Branco se encerra em 20 de março e, até lá, o Conselho de Administração da estatal deve aprovar o nome do novo presidente. Os embates entre Castello Branco e Bolsonaro se intensificaram na semana passada, com os novos aumentos nos preços do diesel e da gasolina nas refinarias.
“O que eu quero da Petrobras é transparência e previsibilidade. 20 de março encerra o prazo da vigência do atual presidente. É direito meu reconduzi-lo ou não. Ele não será reconduzido. É sinal de que alguns do mercado financeiro estão muito feliz (sic) com a política que só tem um viés na Petrobras: atender aos interesses próprios de alguns grupos no Brasil”, afirmou Bolsonaro a militantes.
Ele também voltou a dizer que o governo não pretende interferir na estatal, apesar da sua decisão de trocar Castello Branco por um militar.
“O petróleo é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil? Ninguém vai interferir na política de preços da Petrobras. E eu não consigo entender, no prazo de duas semanas, ter um reajuste no diesel em 15%”, apontou. “Não foi essa a variação do dólar aqui dentro, nem do preço do barril lá fora.”
Na conversa com apoiadores, o presidente também criticou o salário de Castello Branco e o fato de o comandante da Petrobras trabalhar em sistema home office, devido à pandemia do novo coronavírus.
“Alguém sabe quanto ganha o presidente da Petrobras? Chuta bem alto aí”, pediu Bolsonaro aos presentes. Após um apoiador sugerir que Castello Branco receberia 50 mil reais por mês, o presidente emendou: “50 mil por semana? É mais do que isso por semana. Então tem coisa que não tá certo. E para ficar em casa, trabalhando de casa”.
“O presidente da Petrobras está há 11 meses em casa, sem trabalhar. Trabalha de forma remota. Mas o chefe tem que estar na frente. Isso, para mim, é inadmissível”, declarou Bolsonaro. “Imagine eu, presidente, em casa, no meio do Covid, ficando o tempo todo aqui no Alvorada. Não justifica isso aí.”
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