Política

A missão será cumprida onde Lula determinar, diz Waguinho sobre provável queda de Daniela

O União Brasil, partido pelo qual a ministra se elegeu, pressiona o governo por uma mudança no Turismo

Reprodução/Ricardo Stuckert
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O prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos), minimizou a iminente saída de sua esposa, Daniela Carneiro, do comando do Ministério do Turismo. Ele disse que o casal cumprirá sua “missão” onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinar.

As declarações foram concedidas a jornalistas no Palácio do Planalto nesta quarta-feira 14.

“A gente fica no aguardo do que o presidente Lula vai decidir. Se o presidente Lula decidir ‘Daniela, fica no ministério’, Daniela fica no ministério, porque o presidente pediu”, declarou. “[Se for demitida] Daniela vai pegar a missão do presidente e vai atuar na Câmara. Ela é a deputada mais votada do Rio de Janeiro. Onde o presidente determinar que tem que cumprir missão, a missão será cumprida“.

O União Brasil, partido pelo qual a ministra se elegeu, pressiona o governo por uma mudança no comando da pasta. Do outro lado, o Planalto vê na dança das cadeiras uma oportunidade de ajustar a relação com a sigla, que, apesar de comandar três ministérios, resiste a integrar a base aliada.

Como mostrou CartaCapital, a saída de Daniela é dada como certa – falta apenas a definição de data. Por ora, o governo adotou cautela na troca para evitar atritos com o grupo político liderado por Waguinho na Baixada Fluminense. Cotado para substitui-la, o deputado federal Celso Sabino (PA) já é tratado como “ministro” por pessoas próximas.

Aos jornalistas, Waguinho negou qualquer rusga na relação com Lula e disse não estar triste com a possível substituição da sua esposa porque “tem experiência política” e sabe que mudanças fazem parte das negociações.

“O ministério é do governo, é do presidente Lula”, afirmou. “Sem mágoas e sem rancor. A gente com o presidente Lula é diferente, a gente tem uma relação de amizade.”

O prefeito de Belford Roxo ainda negou que a ministra pediria cargos no governo para compensar a saída da pasta. Segundo ele, caso deixe o governo, Daniela solicitará, como deputada federal, recursos para os municípios da sua base eleitoral.

Vista como uma escolha da ‘cota pessoal’ de Lula pelo apoio na Baixada Fluminense, Daniela se encaminha para deixar o União e se filiar a outra legenda – possivelmente o Republicanos, sigla que não deve integrar o governo. Sabino, por sua vez, é aliado do presidente do União, Luciano Bivar, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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