Economia

A nova projeção do governo para a votação do arcabouço fiscal na Câmara

Texto proposto pelo Ministério da Fazenda voltará à Casa devido a alterações no Senado

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que a sua expectativa é de que a Câmara dos Deputados aprecie o projeto de arcabouço fiscal entre 4 e 6 de julho.

A declaração ocorreu nesta quarta-feira 20, quando o Senado aprovou o texto no plenário. Apesar de a matéria já ter passado pela Câmara, ela voltará à análise dos deputados, porque os senadores implementaram mudanças.

Entre as modificações, os senadores retiraram o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal das limitações do marco fiscal.

O governo foi derrotado, no entanto, em relação à intenção de alterar o cálculo da inflação. Sem acordo, o relator Omar Aziz (PSD-AM) acabou mantendo no texto a forma de cálculo que veio da Câmara.

Para reduzir o dano, Randolfe Rodrigues apresentou uma emenda que foi acatada por Aziz. A alteração consiste em uma previsão de aumento de crédito adicional para o governo.

Segundo o líder do governo, o cálculo da inflação previsto pela Câmara pode resultar em uma perda de 30 a 40 bilhões de reais para o orçamento do governo para 2024. Isso porque a Câmara havia levado em consideração o cálculo de março até dezembro da inflação de 2022.

O Planalto, agora,  considera “central” que a Câmara aprove a emenda que tenta contornar a situação.

”O que nós fizemos no Senado? Nós não desconsideramos o período do IPCA que foi aprovado na Câmara, mas nós ressalvamos que, condicionada à despesa, o governo encaminharia um projeto de lei de alteração da lei orçamentária, no curso do ano que vem, para recuperar esses 30 a 40 bilhões”, disse Randolfe.

A volta da matéria para a Câmara é mais uma incerteza para o governo. O Ministério da Fazenda, autor da proposta de arcabouço, defendia a manutenção do texto no Senado, justamente para que não houvesse atraso na votação.

A Câmara não deve analisar o arcabouço nesta semana ou na próxima, devido a um projeto que trava a votação entre os deputados, a uma viagem de Arthur Lira (PP-AL) a Portugal e a festividades de São João que comprometem as agendas dos parlamentares.

Randolfe evitou expor perspectivas sobre as negociações do governo com a Câmara e disse que a aprovação do arcabouço é motivo para “celebrar”.

O projeto prevê a substituição do teto de gastos, aprovado durante o governo de Michel Temer (MDB).

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo