Política
A ‘pausa humanitária’ entre Lira e Renan
O senador defende a instalação imediata da CPI da Braskem
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor do requerimento de criação da CPI da Braskem, defendeu uma “pausa humanitária” na disputa contra seu adversário Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, para iniciar os trabalhos da comissão.
Existe a possibilidade de o colegiado ser instalado nesta terça-feira 12. Oficialmente, restam duas vagas para fechar os 11 titulares.
“Eu mesmo me disponho a propor uma pausa humanitária com o deputado Arthur Lira, para que nós, juntos, defendamos os interesses do estado de Alagoas, evidentemente que contra a Braskem. Agora, isso não vai acontecer se o deputado continuar a defender os interesses da Braskem e da Odebrecht”, disse Renan, em entrevista à CNN Brasil. “Tomarei a iniciativa pela pausa humanitária desde que ele demonstre que está do lado do povo de Alagoas.”
Já foram definidos como integrantes titulares da CPI:
- Jorge Kajuru (PSB-GO);
- Omar Aziz (PSD-AM);
- Efraim Filho (União-PB);
- Rodrigo Cunha (União-AL);
- Dr. Hiran (PP-PR);
- Wellington Fagundes (PL-MT);
- Eduardo Gomes (PL-TO);
- Renan Calheiros (MDB-AL); e
- Otto Alencar (PSD-BA).
A investigação parlamentar deve se debruçar sobre os danos socioambientais provocados em Maceió pela empresa petroquímica Braskem após anos de exploração de sal-gema, matéria-prima da soda caústica.
A situação é fruto de um processo que se agravou nos últimos anos. Em 2018, cavernas abertas pela extração, realizada pela companhia desde o final dos anos 1990, começaram a ser fechadas após cinco bairros passarem a afundar. Ao menos 50 mil pessoas foram afetadas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.