Política

A sinalização de Lula sobre as próximas mudanças em ministérios

O presidente blinda o Desenvolvimento Social e a Saúde, mas outros cargos seguem na mira do Centrão

O presidente Lula. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente Lula indicou disposição de atender a algumas demandas de partidos do Centrão que demonstram o desejo de participar de seu governo. Ele blindou, no entanto, dois dos principais alvos das legendas: o Ministério do Desenvolvimento, hoje sob o comando de Wellington Dias, e o Ministério da Saúde, chefiado por Nísia Trindade.

Outras pastas parecem ter o caminho aberto para mudanças. Lula reforçou a necessidade de “fazer composição”, uma vez que sua gestão não construiu uma maioria orgânica no Congresso Nacional.

“O que pode acontecer, a partir das férias dos deputados, é que alguns partidos políticos queiram vir a fazer parte da base do governo. Se esses partidos tiverem a decisão de vir participar do governo, nós vamos ter que fazer o manejamento no ministério“, disse o presidente em entrevista à Record TV.

Ele afirmou que ao final do recesso parlamentar, no início de agosto, promoverá uma nova reunião com representantes dos partidos a fim de “enquadrar” aqueles que buscam compor o seu governo.

Na entrevista, Lula confirmou a troca no Ministério do Turismo: o deputado Celso Sabino (União-PA) assumirá o lugar de Daniela Carneiro, que está de saída – litigiosa – do União Brasil.

“A ministra Daniela já estava prevista. Aliás, a ministra Daniela, eu disse para ela, não deveria ter saído do partido. Na hora que ela sai, fica difícil. Mas eu conversei com a Daniela, e está tudo bem”, disse o presidente. “E está bem também com o companheiro que vai entrar no União Brasil. E penso que o barco vai continuar seguindo nesse mar calmo, tranquilo, que nós estamos vivendo.”

Outros objetos de cobiça do Centrão são o Ministério dos Esportes, comandado por Ana Moser, e a Caixa Econômica Federal, com Rita Serrano à frente. Lula negou estar “tirando mulheres demais” e não confirmou que as duas perderão seus cargos.

“Se você for levar em conta o que você ouve de especulação, daqui a pouco eu vou me tirar. Daqui a pouco vão dizer que o Lula está se substituindo”, reclamou. “‘Ah, vai sair o Alckmin. Não é possível. Só vai acontecer quando eu quiser.”

Lula ressaltou, ainda, que as substituições em ministérios ocorrerão às claras e serão confirmadas “no momento certo”. Além disso, afirmou não haver problemas na liberação de emendas parlamentares como um instrumento de negociação com o Congresso, desde que haja transparência.

”É melhor ter uma relação à luz do dia, civilizada, aberta, todo mundo sabendo. Você pode discutir emenda por deputado, sim. Só que não pode ser orçamento secreto. Você pode discutir emendas que sejam feitas publicamente, com a sociedade sabendo aonde é que vai ser encaminhado aquele recurso, para que projeto vai ser encaminhado aquele recurso.”

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